5 filmes da Netflix pra entender o luto

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São apenas sete dias de um inimaginável processo de luto no qual me encontro. Apenas, porque cada milésimo de segundo que se passa desde a partida da minha mãe, Maria Helena, tem o peso de uma eternidade. Aquela mesma que a gente ouve e fala tanto, como se preparando para o momento derradeiro e inevitável do fim desta jornada na terra.

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E inimaginável, porque minha mãe era a pessoa mais cheia de energia e vida que eu conhecia. Agitada, executora de vários projetos, aquela que sempre aceitava os nossos convites, fosse pra um café da manhã na padoca ou pra cervejinha com pizza à noite.

Sempre uma companhia adorável, divertida e que ainda dava uma “ajudinha” com meus filhos, desde que estavam na minha barriga. Ajudinha está assim mesmo, em aspas, pra destacar que, na verdade, ela foi mais mãe dos meus filhos do que eu, em boa parte da vida deles. E eu amava isso! Como eu agradecia a cada primeira vez do Lucas e da Lara que se passava com a vovó Lena, era mágico e ela vivia isso plenamente.

Eu sei que pouco sei sobre o luto. Talvez já o estivesse vivendo desde o dia 15/3, quando estive, sozinha, numa consulta com a oncologista dela, que ainda não a conhecia, mas com a qual eu precisava adiantar e esclarecer alguns pontos.

Foi a 1 hora e meia mais impactante que me recordo. O volume de informação e o peso do que havia me sido exposto – as complicações eminentes de um tumor de pâncreas – me paralisaram naquela tarde. Voltei pra casa em silêncio no Uber, nem reclamei da música irritante que o motorista ouvia.

Desde aquele dia, acredito, a ideia de não ter minha mãe conosco por mais anos passou a me assombrar, mas jamais imaginaria que os anos seriam encurtados para dois meses. E eles foram intensos, dolorosos e repletos do amor mais avassalador que existe: entre mãe e filho.

Ainda me parece que tudo isso não aconteceu de fato comigo. Foi tão surreal e tão rápido que a realidade parece ter tomado uma velocidade que meu entendimento ainda não acompanha. Talvez seja assim mesmo.

Nesta coluna, não teria como eu escrever sobre outro tema se não o luto, com o qual tenho que aprender a conviver e ressignificar, mesmo sem saber que isso seja possível. Aproveitei o momento pra recordar alguns filmes que abordam esse tema tão duro e, infelizmente, com o qual vamos nos deparar de forma inevitável.

Deixo aqui alguns dos meus títulos preferidos, quem sabe te ajudam a entender como encarar esse momento e estão disponíveis na Netflix.

Lado a lado

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Esse drama de 1998 tem duas atrizes que dispensam apresentações: Julia Roberts (Isabel) e Susan Sarandon (Jackie). Jackie é separada do pai de seus filhos e precisa aprender a conviver com Isabel, a namorada do ex. Além da tensão desta relação, Jackie descobre um câncer e tem pouco tempo de vida. Eu via esse filme e chorava sempre, pensando na filha que ficou sem a mãe para ajeitar o véu no casamento ou ensinar a dar banho no seu bebê. Nunca imaginei que algumas cenas desta ficção seriam vivenciadas na minha família, mas celebro o legado de amor que minha mãe também deixa.

Ghost – Do Outro Lado da Vida

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Patrick Swayze, Demi Moore |Copyright United International Pictures (UIP)

Assisti esse filme no cinema, com minha mãe e irmã, em 1990, talvez. Saímos só depois que a sala ficou vazia e o pessoal da limpeza já estava em ação. O motivo: as três choravam de soluçar. Minha mãe amava um romance e esse filme tem de sobra ao falar sobre a conexão de amor que permanece mesmo depois que partimos. O personagem de Patrick Swayze morre de forma dramática e sua mulher, interpretada por Demi Moore, se entrega ao sofrimento do luto. Aborda o entendimento de vida após a morte, espiritualidade e a certeza de que o que fazemos em vida reverbera em todos os planos.

Beleza oculta

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Keira Knightley , Will Smith | Copyright Barry Wetcher / 2016 WARNER BROS. ENTERTAINMENT INC., VILLAGE ROADSHOW FILMS NORTH AMERICA INC. AND RATPAC-DUNE ENTERTAINMENT, LLC ¿ U.S., CANADA, BAHAMAS & BERMUDA.

Um dos filmes sobre dor e morte mais sutis que eu já vi. E vi duas vezes quase na sequência, porque há nuances tão delicadas e inspiradoras que precisei absorver melhor. Fala sobre o luto de Howard, interpretado por Will Smith, que passa a escrever cartas para a Morte, o Tempo e o Amor. A perda que ele enfrentou impactou sua vida pessoal e profissional e as pessoas começam a se preocupar até com sua sanidade. Ainda conta com Kate Winslet, Keira Knightley, Helen Mirren e Edward Norton no elenco. Fala sobre fé, esperança e o valor da vida. Lindo, só veja e reflita sobre o que tem hoje.

UP – Altas aventuras

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Perdi as contas de quantas vezes assistimos essa animação, eu, meus filhos, marido, meus pais. Ainda é uma das que mais amamos, não só pelo roteiro e a mensagem, mas pela voz do saudoso Chico Anísio, que dubla o protagonista, o senhor Carl. Ele fica viúvo da sua parceira de vida. Sem filhos e cercado por uma obra derrubou as casinhas da vizinhança, ele faz sua casa voar com os balões e dá início a uma aventura no melhor estilo que a sua Ellie mais amava. É uma sugestão para apresentar a ideia da morte às crianças, de uma forma leve e amorosa.

A Cabana

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Avraham Aviv Alush |Copyright 2017 Concorde Filmverleih GmbH / Jake Giles Netter

Um exemplo de filme que me pegou mais que o livro. É lindo, sensível e te faz refletir sobre todos os seus passos e ações na vida, do início ao fim. Fala sobre o encontro de um homem com Deus, também num processo de luto difícil e no qual a culpa imperava na família. São tantas simbologias sobre essa conexão com o Divino, que eu imagino que cada pessoa recebe e se impacta de uma forma muito singular. É daqueles filmes que nos fazem lavar a alma, chorar e sair acreditando que há um sentido em tudo, mesmo na dor.

 
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Fabiana Honorato

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Jornalista formada há 23 anos, casada com um jornalista também, Luciano, mãe do Lucas e da Lara e em constante transformação para exercer a profissão. Já trabalhei em uma doceria, mas meu salário ficava quase todo lá! Fui estagiária de uma escola de idiomas sabendo falar só o clássico the book is on the table. Como sempre gostei de escrever, de cartas, receitas a esboço de livros, a Comunicação foi meu caminho natural. De lá pra cá, fui de estagiária a editora no Jornal A Tribuna e, desde 2015, vivo as delícias e os perrengues de ser freelancer. Assessoria de comunicação, criação de conteúdo, roteiros, produção de eventos… faço de tudo um pouco e, agora, vou compartilhar a minha paixão por séries, filmes, documentários, programas culturais e outras dicas para você curtir na tela ou fora dela. Espero que você goste do que aparecer aqui no Balaio da Fabi!

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