A cultura do vice. Só que não

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vice

O brasileiro detesta perder no esporte. Aquela máxima olímpica do Barão de Coubertin de que o importante é competir está na vala comum e não há quem tire. Insistir que o segundo é o primeiro dos últimos, em outro ditado bem comum, é argumento igual e largamente utilizado. Por todas essas razões, o brasileiro odeia ser vice até de campeonato de cuspe a distância. E no futebol, então, nem se fala.

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Não à toa o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, deixou claro que obrigaria os seus jogadores a comemorar o vice-campeonato mundial na final diante do Chelsea, após derrota por 2 a 1 na prorrogação, em AbU-Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. O comportamento é natural. Ele é europeu (português, no caso) e a cultura esportiva é diferente, embora os idiomas do Brasil e do país dele sejam os mesmos, descontadas as diferenças linguísticas. Sem contar a lógica razão de que chegar a um Mundial de Clubes dá muito trabalho.

Não estava lá para tomar uma cerveja ou no avião com a delegação Alviverde e confirmar se eles cumpriram ou não isso à risca, mas não os condenaria no caso de não festejarem o vice. Ninguém gosta de perder e, neste caso, haveria outros argumentos que se relacionam, envolvem rivalidade e vão além da galeria de troféus, pois seria um título inédito.

O troféu para o Verdão diante do Chelsea acabaria com a graça mais recorrente no mundo do futebol nos tempos atuais. Dizer que o Palmeiras não tem Mundial virou um mantra de qualquer pessoa, até de quem não acompanha futebol. A Copa São Paulo de Futebol Júnior também estava na piada, mas saiu em janeiro deste ano, em razão da conquista do torneio diante do Santos.

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O Corinthians era alvo do mesmo drama com relação à Libertadores até conquistá-la em 2012. E a graça tem que se renovar. Ninguém chuta cachorro morto e o Palmeiras será a vítima da vez até que consiga acabar com a anedota. É fato também que, ao momento em que vier o primeiro Mundial, os torcedores adversários vão dizer que é somente um, enquanto os times deles possuem dois ou três. Mas a ideia básica já teria acabado, o que seria um alívio.

Apesar da tristeza com o vice, os jogadores do Palmeiras não fizeram algo que eu abomino: tirar a medalha de prata do pescoço ainda no pódio ou em campo, momentos depois de recebê-la. É muito comum ver isso até entre os próprios sul-americanos, como os argentinos. Como se fala tanto de fair play e faz tempo, não sei como as federações de diversas esferas ainda não inventaram uma punição aos clubes e seleções que protagonizam uma cena dessa.

A única vez, pelo menos que eu me lembre, que vi festa no Brasil por um vice-campeonato foi na Copa de 1998, quando o Brasil perdeu na decisão para os franceses donos da casa. Até surpreendeu, embora o auge da alegria do povo tenha sido em Brasília, sede do Governo Federal, onde os atletas foram recebidos.

Se a festa foi natural ou não, é uma outra história, mas o resultado foi acachapante (3 a 0) e envolto na convulsão de Ronaldo Fenômeno (naquela época ainda Ronaldinho, pois o Gaúcho ainda não havia surgido), que jogou e esteve longe de render o que poderia, diante do domínio da equipe liderada por Zidane.

Falar publicamente para que os jogadores comemorem o vice no Mundial de Clubes foi também uma estratégia do técnico Abel Ferreira para valorizar o positivo e esconder o negativo. Até porque não se muda de uma hora para outra a cultura brasileira relacionada ao vice. Ainda mais quando tem piada de rival no meio.

 
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Ted Sartori

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Eu nasci em Santos no dia 23 de fevereiro de 1979. Trabalhei de 2003 a 2018 nos jornais A Tribuna e Expresso Popular. Fui repórter setorista do Peixe por mais de quatro anos, viajei para vários países em função do time e, mesmo fora da cobertura diária do clube, continuei colaborando bastante na cobertura. Entre 22 de janeiro de 2019 e 31 de julho de 2020, fui um dos subeditores do Santaportal, integrante do Sistema Santa Cecília de Comunicação. Desde 4 de maio de 2021, integro a equipe do Portal e Revistas Mais Santos. Tenho um acervo de vídeos (em diversos suportes), revistas, jornais e muitos itens de memorabilia, tudo ligado à memória do esporte (futebol, em especial) e da TV, que você pode conferir no www.youtube.com/user/Arquivos1000. Também mantenho o www.youtube.com/c/S%C3%B3EsportesOficial, em parceria com o amigo e também colunista do 40eMais, Anderson Firmino.

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