A gente nem podia ser…

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A gente nem era pra ser. Eu era do mundo e você, de câncer. Eu tinha pressa, você tinha medo. Eu bebia cerveja e você colecionava brinquedo. Você me afagava e eu sufocava. Eu concordava, você, discordava.

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Eu, professor, você, estudante. Você querendo frear e eu correndo adiante. Você, amável e boa praça. Eu, o caos escapando pela carcaça. Eu de bermuda e regata, você de terno e gravata.

Você concordava, eu discordava. Nem era pra gente ser. Eu deixando uma relação falida. Você, uma paixão não correspondida. Você lamentava, eu consolava. Eu, dono de mim, independente. Você saindo de casa, carente.

Você, doce. Eu, ácido. Eu, doce. Você, melado. Eu, seco, você, molhado. Você do drama. Eu da comédia. Você queria, eu não. Você queria, eu não, pô! Um, dois, três anos. A gente nem era pra ser. Eu continuava sendo do chopp. Você, do shopping. Para mim, um sábado de sol, mas você queria filme, pipoca e lençol.

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Você, refém da emoção. Eu, dono da razão. Eu, malbec. Você, merlot. Você Curitiba, eu, Salvador. Quatro, cinco, seis anos. O tempo passou, a gente mudou. Nem era pra gente ser. Eu que era razão, entrei num embate com o coração. A sua insegurança mandou lembrança. Eu lamento, você, consola. Eu deixo o jogo e você levanta a bola. Eu doce, você ácido.

Você doce, eu melado. Eu quero, você não. Eu quero, você, não, mô! O tempo passou, estamos cada vez mais diferentes do que éramos no começo e cada vez mais iguais ao que o outro era no início. Eu ensinei, você apreendeu. Você me inspirou, eu copiei. Nem era pra gente ser, mas hoje eu quero e você topa.

Mesmo sem querer. Você pede, eu concordo. Mesmo sem poder. Eu vou no shopping com você, meu bem. Eu vou de chopp, você também. O meu é claro, o seu escuro. Você quer voar, eu não seguro. Você me conhece como ninguém. Eu não te engano, nem quero, nem vem. Nem era pra ser, mas nós construímos. Não é fácil, nem vai ser. Mas nos permitimos. A gente nem era pra ser. Eu nasci homem, você também. A gente nem podia ser, se for ver bem.

 
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Jornalista e bacharel em turismo, com especialização em marketing estratégico e gestão de turismo e hospitalidade, com dezoito anos de experiência na Baixada Santista É editor-chefe da Revista Nove e do Guia Comer & Beber e colunista de Turismo e Gastronomia da Revista Mais Santos. Aquariano e inquieto, se aventura nas crônicas e poemas e está às vésperas dos 40.

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