Certos poderes 

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poderes

Nas tardes quentes e alegres no meu quintal, eu falava com os gatos e cachorros. Às vezes, com os passarinhos que descansavam em cima do muro, observando as brincadeiras e preparando o próximo voo… 

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Eram conversas simples. Mínimas. Sobre bolinhas e bichinhos. Pelos escovados e petiscos. Com os pardais, os assuntos eram mais complexos e esvoaçantes. Nuvens. Ninhos. Varais. Telhados vizinhos… Eu sentia o que eles sentiam. Imaginando na alma, sem qualquer tradução. Poder da emoção! 

Eu também falava com as estrelas. Pedia que cortassem os céus. Na maioria das vezes, elas obedeciam. Até a lua, branca e nua, eu fazia cruzar de um lado ao outro do meu telhado. Demorava algumas horas. Um bocado. Mas eu conseguia… 

Outras vezes, impedida de brincar, eu mandava a chuva parar. Tinha comigo um mantra poderoso e familiar. E a chuva me obedecia. Pingo a pingo, diminuindo. Até estancar. Eu sabia os poderes que eu tinha. Sem Hogwarts, nem varinhas. Poderes de Magia! 

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Como o poder de curar. Com remedinhos caseiros. Feiticeiros. Infalíveis para a minha boneca, pálida, sarar. E o poder de libertação. Com uma capa improvisada e uma espada na mão… 

Mas foi na adolescência que ganhei o maior de todos. O poder do amor! Bastava olhar em seus olhos e começar a flutuar. Espelho de nossas almas, saíamos dos nossos corpos para nos encontrar.  

Veio, então, o tempo maduro. Por vezes, duro. Com dissabores que não sei mais como transformar. Perdi certos poderes. Da leveza. Do voo. Do encantamento… Mas ainda falo com gatos, cachorros e pardais. A diferença é que eles, agora, não me compreendem mais…  

E neste esvaziado pacote de poderes que ganhei quando criança, apenas um não posso perder jamais… O da esperança!    

 
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Ines Bari

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Sou Inês Bari, formada na Faculdade de Comunicação de Santos. Escritora, radialista, compositora, publicitária, roteirista e sonhadora na maior parte do tempo. Coordenei a Rádio Tribuna de Santos por 28 anos (1985 a 2013). Fui integrante do Grupo Picaré de Poesia Independente no período Acadêmico. Em 82 lancei o livro de poesias Sol da Noite que me levou à Bienal de São Paulo em 84. Em 2015, escrevi o primeiro livro de crônicas do cotidiano, o Inesplicando Vol.1, lançado pela Chiado Books, editora para qual faço resenhas. A partir de 2018, realizei a palestra Do Rádio ao Blog no Sesc Santos, Centro Histórico de São Vicente, Livraria Cultura em São Paulo, entre outras. Em 2020, lancei o segundo livro de crônicas, o Inesplicando Vol2, pela Chiado e participei da Bienal Internacional do Rio de Janeiro. Atualmente, além de dar continuidade ao blog de crônicas Inesplicando.blogspot.com, dedico-me ao projeto literário-musical “Vem que Trem Poesia!” Por tudo isso, são tantas histórias pra contar e espero poder compartilhar com você!

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