Escorpião: sexo, inconsciente, morte e renascimento

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“Não nos iluminamos imaginando figuras de luz, mas tomando consciência das trevas” – afirmava o psicoterapeuta Carl Jung. Escorpiões, de fato, brilham no escuro e desenvolveram essa habilidade em função de seu processo de evolução como espécie.

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Adorado por alguns, temido por muitos, mas compreendido por poucos. Isso talvez resuma bem o sentimento que o senso comum tem em relação ao signo de Escorpião, cujo símbolo é um animal peçonhento que brilha no escuro. Mas o que significa, na verdade, esse temido signo?

A simbologia do Escorpião remete ao período pelo qual o Sol passa pela faixa zodiacal que corresponde ao ápice do outono no hemisfério norte e também ao período no qual começa a baixa das águas na região do rio Nilo. É o início do temido período de aridez do solo e escassez de comida. As folhas que caem e se putrefazem no solo e o musgo que se aproveita da água que começa a faltar geraram uma série de mitos ao redor do mundo.

O escorpião na mitologia

Na mitologia egípcia, a deusa Selket era representada como a deusa Escorpião. Ela era a senhora dos mortos, cujo veneno também tinha capacidade de curar. Aliás, as faixas utilizadas nas mumificações eram tidas como pedaços de seu cabelo, que era adornado por um escorpião com a cauda erguida pronta para o ataque. Mas Selket não era uma deusa “má”, até porque essa visão maniqueísta de “bem” e “mal” não se apresenta da mesma forma nas religiões pré-cristãs. 

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A deusa Escorpião era também a ajudante de Isis (deusa fertilidade) em sua missão de ressuscitar o marido Osíris (deus do crescimento das plantas e da reprodução dos animais). Osíris havia descido ao mundo dos mortos após ter sido despedaçado por Seth (o deus estéril), restando preservado de seu corpo apenas o pênis.

Na mitologia grega, o Escorpião é identificado como o animal enviado por Artemis (a deusa da caça, correspondente à Diana dos romanos) ou por seu irmão Apolo (deus da consciência) para matar o senhor da caça Órion, por quem Artemis mantinha uma paixão. Assim, o exímio caçador desceu ao submundo, passou um período entre os mortos e, de lá, foi posteriormente resgatado por Ophiuco, o deus da serpente, cujo veneno tem poder de curar.

A descoberta de Plutão: o planeta anão que passou a ser co regente de Escorpião

Já após a descoberta do planeta Plutão, em 1930, um novo mito se adicionaria à simbologia de Escorpião. O signo das paixões e da morte ganha um novo planeta regente, em adição ao planeta Marte (representante da guerra e do impulso sexual), que já o governava desde a Antiguidade. Plutão (o deus das riquezas invisíveis) foi o escolhido pelos astrônomos para nomear o novo planeta que, desde então, passou a ser observado pela astrologia para identificar suas influências por onde passa no zodíaco e, dessa forma, foi verificada sua afinidade com o signo de Escorpião, de quem passou a ser regente.

 O deus romano Plutão corresponde ao Hades da mitologia grega. Hades foi salvo por seu irmão Zeus de ser engolido pelo pai, o titã Cronos. Assim que Zeus tomou o poder, deu a Hades o reino das trevas como parte de sua herança. E sobre esse reino, o sombrio deus reinava absoluto. Sempre que vinha à superfície, seu elmo tornava-o invisível para que não pudesse ser visto por nenhum mortal. Hades também foi responsável pelo rapto da virgem Perséfone e, após desposá-la, fez dela sua rainha, a senhora que circula entre o mundo dos vivos e dos mortos.

Em comum, esses mitos apresentam uma espécie de rito de passagem. Há a morte e a ressurreição por meio de um veneno que cura. Também há a imagem da paixão e da magia de uma sexualidade estéril, sem fins reprodutivos, associada ao medo de uma possível escassez de comida. Desse conjunto de temas psíquicos, nasceu a simbologia do signo de Escorpião.

O Escorpião está dentro de todos nós!

Escorpião também governa a 8ª casa astrológica de nosso mapa natal, que trata de todos esses temas. Fala de como lidamos com a nossa sexualidade, o inconsciente e a mediunidade. Reflete ainda como lidamos com heranças e recursos de terceiros, já que nessa área de nosso mapa acumulamos todos os temas que são tabus: morte, dinheiro, poder e, como não poderia ficar de fora, as questões ancestrais a serem resolvidas, incluindo heranças familiares e o patrimônio que possuímos junto a terceiros.

Todos nós temos Escorpião, o planeta Plutão e a Casa 8 em nosso mapa natal. As combinações que esses elementos fazem refletem o modo como lidamos com nossas sombras. É aí que temos a tendência de acumular todas as nossas neuroses e desejos obsessivos.  Mas também é onde nos libertamos, onde buscamos a força essencial para nos transformar, regenerar e renascer. Mapas com um Plutão dominante, uma casa 8 muito acentuada ou com muitos planetas em Escorpião mostram pessoas com liderança nata, gente resistente e poderosa, mas que por outro lado tem tendência a compulsões e psicopatologias. Para esse indivíduo, será essencial aprender a lidar com seu inconsciente e com sua sexualidade, no mais amplo sentido freudiano do termo.

Afinal, como bem postulou Carl Jung, é olhando para nossas sombras que encontramos nossa luz interior!

 
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Virginia Gaia

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Virginia Gaia é sexóloga com abordagem holística, astróloga, taróloga e estudiosa de mitologia e religião comparada há mais de 20 anos. Propagadora do Vama Marga Tantra, foi iniciada no Vajrayana – o chamado Budismo Tântrico ou Budismo Tibetano –, além de ter sido integrante de ordens iniciáticas e ocultistas. Com base na certificação de Capacitação em Sexualidade que obteve pela ABEME (Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual), é também educadora sexual, ministrando cursos e palestras sobre o amor e os relacionamentos que abordam o estreito vínculo entre sexualidade, afetividade e espiritualidade.

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