Naquela mesa

Gostei

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mesaQuero voltar àquele bar, mas não tenho coragem. Não sei se me entende — e, veja, não que eu faça questão que me entenda. Só que aquele era o nosso bar e voltar lá sem ele, é como assumir pra todo mundo que não deu certo.  

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Como assim que todo mundo? Todo mundo. Os garçons, os clientes habitués, o trio de samba e a mulher do caixa que lhe emprestou a caneta praquela declaração linda no guardanapo.

Sim, só fomos lá uma vez, mas todos sabiam que estávamos lá. Os garçons, os clientes habitués… Nós reservamos a melhor mesa, pedimos música, teve parabéns do trio de samba pelo meu aniversário e vela no cupcake. Impossível voltar lá. Vou dizer o que?

É claro que notaram. Nós exalávamos amor. E álcool, depois de algumas caipirinhas da casa. Além do mais, tem o motivo que nos levou lá. É um bar com enredo, o nosso enredo. Vou fazer o que lá sozinho? Nem sei chegar.

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O trio vai me reconhecer e perguntar: Cadê ele? E se tocarem ‘naquela mesa’ não vai prestar. Até quero ir, mas sem me divertir com o samba, sem me fartar no buffet de feijoada, qual a graça? Só vão me restar todas aquelas caipirinhas diferentes. Daí eu tombo. De porre e de tristeza.

Naquela mesa rimos, choramos, brindamos e até lemos. Veríssimo. Naquela mesa eu estava Em algum lugar do Paraíso, mas era no Brooklin. Dali saíram declarações, fotos, dedicatórias e até uma crônica dias depois. Janelas do Paraíso. Agora, fechadas.

E o que eu vou fazer lá sem ele? Quem vai buscar uma porção de torresmo pra abrir o apetite? Ou me falar sobre os melhores livros do Veríssimo. Ou da Clarice. Bukowski, Chico…

Sim, um dia eu vou voltar, mas terá de ser sozinho, porque aquele lugar não me cabe com outro qualquer. Nem eu caibo lá sem ele. E nem me é de bom tom. E se eu for acompanhado, não pode ser naquela mesa, de frente pro trio de samba. Eles hão de me recriminar.

E com certeza se recusarão a tocar ‘naquela mesa’. Porque essa foi a música que nós pedimos juntos. E batucamos juntos na mesa. Naquela mesa.

Talvez a gente não se encontre mais, ou talvez sim. Seja como for, naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele tá doendo em mim.

 
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Diego Brigido

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Jornalista e bacharel em turismo, com especialização em marketing estratégico e gestão de turismo e hospitalidade, com dezoito anos de experiência na Baixada Santista É editor-chefe da Revista Nove e do Guia Comer & Beber e colunista de Turismo e Gastronomia da Revista Mais Santos. Aquariano e inquieto, se aventura nas crônicas e poemas e está às vésperas dos 40.

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