Num piscar de olhos…

Gostei

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piscar de olhosFoi numa quinta de manhã. Na hora de ler a minha receita preferida. Aquela da página amarrotada. Com marcas de gordura e chocolate em barra. A folha mais manuseada do caderninho, guardado com carinho e a sete chaves na gaveta da cozinha.

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Olhei firme para a página e todas as letrinhas, tal qual os ingredientes do bolo, haviam se misturado num liquidificador. O texto todo, repleto de medidas, itens e pequenos parágrafos, se transformou num único bloco. Nebuloso e compacto. Ilegível e incompreensível, feito um escrito em aramaico!

Esfreguei os olhos e afastei a mão que segurava o papel. Afastei mais. E mais um pouco. Fui perto da janela. Quase peguei uma lanterna. Veio então a constatação… não conseguia mais ler! De um dia pra outro. Num piscar de olhos. Eu não mais enxergava letrinhas e coisinhas miúdas. E elas são tantas… Nos rótulos. Nas bulas. Contratos e boletos a pagar…

Dr Luciano, meu oftalmologista, disse que é assim, um grauzinho por ano depois dos quarenta. Ele estava certo. Meu olho esquerdo já passou dos três. A coisa é rápida. Mas o que é rápido mesmo? Relativo, diria o sábio cientista judeu-alemão, mostrando a língua com toda razão.

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Por trás de cada mudança, um processo interno e particular de perdas e transformações já vem engatinhando. Muitas vezes, silencioso e invisível. Porém contínuo e implacável. Inevitável, com o correr dos anos.

Nascemos, crescemos, criamos filhos. Escolhemos caminhos. Acertamos. Erramos. Voltamos e recomeçamos. E assim seguimos, cambaleantes e exaustos. Com alguns sustos e sobressaltos.

Então, feito fruta madura, numa tarde dura, a gente amadurece e cai. Não dá pra saber quando vai. É o ponto xis. O piscar de olhos! É quando de repente nos percebemos mais velhos. Mais feios. Mais arqueados. Mais sábios, talvez. Porém ingênuos. Acreditamos que tudo foi… num piscar de olhos! Ah vai…

 
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Ines Bari

Conheça a Coluna de Ines Bari
Sou Inês Bari, formada na Faculdade de Comunicação de Santos. Escritora, radialista, compositora, publicitária, roteirista e sonhadora na maior parte do tempo. Coordenei a Rádio Tribuna de Santos por 28 anos (1985 a 2013). Fui integrante do Grupo Picaré de Poesia Independente no período Acadêmico. Em 82 lancei o livro de poesias Sol da Noite que me levou à Bienal de São Paulo em 84. Em 2015, escrevi o primeiro livro de crônicas do cotidiano, o Inesplicando Vol.1, lançado pela Chiado Books, editora para qual faço resenhas. A partir de 2018, realizei a palestra Do Rádio ao Blog no Sesc Santos, Centro Histórico de São Vicente, Livraria Cultura em São Paulo, entre outras. Em 2020, lancei o segundo livro de crônicas, o Inesplicando Vol2, pela Chiado e participei da Bienal Internacional do Rio de Janeiro. Atualmente, além de dar continuidade ao blog de crônicas Inesplicando.blogspot.com, dedico-me ao projeto literário-musical “Vem que Trem Poesia!” Por tudo isso, são tantas histórias pra contar e espero poder compartilhar com você!

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