Falar com Pelé pessoalmente geralmente só em entrevistas coletivas e com direito, em algumas ocasiões, a muito tumulto. Verdade que entrevistei sozinho o Rei, mas esta história fica para outra ocasião, embora guarde relação.
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Em 2006, houve a ideia de se fazer um material especial no caderno de esportes de A Tribuna sobre os 50 anos do primeiro jogo – e do primeiro gol – de Pelé como profissional. Foi em Santo André, na goleada por 7 a 1 sobre o já extinto Corinthians local, bem no dia 7 de setembro no longínquo ano de 1956, ao entrar no segundo tempo do amistoso comemorativo.
Arranjei tanto material que virou uma página dupla de domingo, com direito ao autor do passe (Raimundinho) e outros que nem atuaram na partida, mas faziam parte daquele time, como Pepe, o Canhão da Vila. Marcelo Padron, amigo e chargista do jornal, fez uma a meu pedido, transformando Pelé em D. Pedro I, em razão das ocasiões se cruzarem, com direito a cavalo e espada, tal como no romanceado quadro pintado por Pedro Américo.
Tudo muito bonito, mas faltava uma pessoa falar para compor a matéria principal: o Rei. O tempo passava e a preocupação aumentava, em meio aos diversos contatos com Patrícia, secretária da empresa de Pelé, e com Pepito, braço-direito do Atleta do Século.
Já estava perdendo as esperanças, quando o improvável aconteceu. Por volta de meio-dia e alguns minutos, eu estava em casa ainda – o trabalho no jornal começava à tarde – e tocou meu celular. E a voz do outro lado era de Pelé, querendo falar comigo, depois da Patrícia passar a ligação para ele. Conversamos, anotei tudo e, então, poderia escrever aliviado linhas de um Rei depois de estar com ele…na linha.
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