Ele tinha as pernas tortas, era um tipo simplório, tinha sérios problemas com o álcool, fazia o gênero mulherengo, enterrou o (pouco) dinheiro que ganhou em iniciativas erradas. Tinha tudo para ser o anti-herói. Mas é o meu herói, Mané Garrincha.
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Não, não lhe vi jogar, Mané. Mas, sem saber, você me fez companhia. Em inúmeras noites devorando uma edição da Revista Placar, de 1992, que o chamava de “eterna lenda”. Anos depois, a cena se repetiu, de forma revista e ampliada.
O livro Estrela Solitária – Um Brasileiro Chamado Garrincha, de Ruy Castro, me fez mergulhar no seu mundo. Ou, pelo menos, chegar mais perto de um jogador que, hoje, muitos jovens nem sequer conhecem. Ou conhecem mal.
A imagem de um jogador ingênuo, quase infantil, ficou marcada. As frases, como a da Olaria com a Inglaterra por conta da cor da camisa, ou da Copa do Mundo “mixuruca” por não ter dois turnos, rodaram o mundo. Colaram em Mané, assim como os marcadores, de nomes desconhecidos ou complicados, apelidados de Joões. Mas Garrincha era maior. Era arte, era espetáculo.
O fim da vida foi melancólico. A homenagem da Mangueira, no Carnaval de 1980, mostrava um Garrincha apático, sentado no carro alegórico, como se estivesse ausente já. Ou buscando no Maracanã troféus esquecidos, em busca da glória perdida. Nada disso desfaz a imagem de um jogador que me encantou ainda criança, ao assistir Garrincha, Alegria do Povo, um compilado de imagens e memórias do nosso maior camisa 7.
Na última quinta, aniversário da tua morte, o reencontro. Com Elza Soares, a mulher que te acompanhou por anos. Foi um dos primeiros “casalzão da p…” de que se tem notícia no Brasil. Na passagem da Deusa, foi bom te re(vi)ver, Mané.
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