O futebol perdeu o ex-árbitro Romualdo Arppi Filho, aos 84 anos, no sábado (4), vítima de problemas renais. Infelizmente não tive a oportunidade de conversar com ele pessoalmente. As duas entrevistas que fiz com ele, que nasceu em Santos, foram por telefone. mundo
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A primeira aconteceu em fevereiro de 2014, em uma das matérias que serviam como aquecimento para a Copa do Mundo no Brasil que aconteceu naquele ano. O assunto versou sobre os árbitros brasileiros nas Copas do Mundo, com destaque para os que apitaram finais: Arnaldo Cézar Coelho, em Itália 3 x 1 Alemanha, na Copa de 1982, na Espanha, e Romualdo, em Argentina 3 x 2 Alemanha, quatro anos depois, em 1986, no México.
Os dois, por sinal, conseguiram ficar com as bolas dos jogos como lembrança, verdadeiros troféus de momentos memoráveis. E Romualdo ainda mostrou um cartão amarelo para Maradona antes da metade do primeiro tempo, outro instante para guardar. “Não houve problema algum. Já o conhecia e dei o cartão a ele. Quando o alemão foi bater uma falta, o Maradona saiu da barreira e correu para frente da bola”, contou.
Romualdo Arppi Filho também está na carreira de Pelé por integrar uma história bastante curiosa. Na noite de 17 de outubro, o futuro Rei foi escalado para a final do Campeonato Juvenil de Santos, equivalente hoje a uma competição sub-16. Contei esta passagem no livro Histórias da Vila Belmiro – 100 anos de magia do estádio santista, escrito em parceria com o também jornalista e amigo Almir Rizzatto.
Na ocasião, Romualdo tinha 17 anos e Pelé estava a seis dias de completar 16. “Nem árbitro eu era ainda. Era sócio da Portuguesa Santista e apitava alguns jogos da várzea. Só que houve uma greve de árbitros da Liga de Futebol Amador de Santos, que promovia o torneio, e foram me buscar em casa, sabendo que eu apitava. Expliquei que não tinha roupa nem apito. Eles arranjaram tudo e fui para o jogo”, contou.
Na decisão, o Santos acabou perdendo o título, ao ser derrotado por 1 a 0 pelo Jabuca. Em uma cobrança de pênalti, Pelé teve a chance de marcar o seu. No entanto, o chute foi por cima do travessão. O lance deixou o garoto desolado, aos prantos e disposto a deixar a Cidade e voltar para Bauru para ficar junto com seus pais, como forma de se livrar da vergonha que sentia pelo lance desperdiçado. Pelé chegou a tentar, mas foi impedido por um funcionário do clube. Os dois – Pelé e Romualdo – conquistaram o mundo, cada qual a sua maneira.
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