Dezembro em junho


dezembro
Violência na Vila Belmiro durante o clássico contra o Corinthians
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Quem acompanha o Santos no Brasileirão ou em qualquer outra competição sem olhar para a folhinha acharia que estaríamos em dezembro. Antes fosse o mês no que se refere ao receber presentes, aquele que tem o Natal. Nada disso.

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Estamos quase em julho e o torcedor do Peixe parece viver em um eterno dezembro, em razão da melancolia que essa época em questão traz para o torcedor do futebol quando o time não ganha absolutamente nada, termina a temporada se arrastando e o pior: não parece ter perspectivas.

A saída de Odair Hellmann do comando do Santos é um sintoma disso. A derrota para o Corinthians na Vila Belmiro, com direito a tudo, até a morteiros no gramado, que levaram o clube a atuar sem torcida, é outro. A propósito: como é interessante o fato desses artefatos terem entrado no estádio, embora esta seja uma outra discussão.

Hellmann sempre me pareceu um sujeito trabalhador. Sete meses, porém, é muito tempo para fazer render minimamente o atual elenco santista e nada conseguir – ou quase nada -, por pior que ele – e o time – fossem, o que não é o caso, em meio a vários intervalos até grandes para preparação. Um autêntico deserto de homens e ideias.

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Claramente ninguém comprou a ideia do treinador, o que é fundamental para fazer qualquer time funcionar, ainda que não os atletas não primem pela técnica. Quando isso não funciona, tudo vira um fardo que ninguém quer carregar. E Hellmann até que aguentou bastante, com heroísmo, eu diria, independentemente se pensava no trabalho ou no dinheiro da rescisão.

Para um elenco que vive às turras com o futebol, nada melhor do que trazer Paulo Turra. Campeão estadual pelo Athletico Paranaense, ele chega para, fora a disposição de cumprir um contrato curto (tem eleição em dezembro), convencer os jogadores santistas de que é possível atuar sem tanta técnica e conseguir um mínimo de resultado.

O problema é que Hellmann demorou demais para perceber isso, algo que se notou apenas em entrevistas mais recentes. Insistiu em algo que não era possível: fazer o Peixe jogar algo. Foi um erro grave, transformando, para o Santos, o junho em um melancólico dezembro.

Fotos colunistas Ted Sartori - 40EMAIS

Ted Sartori

Jornalista nascido em Santos em 1979, com extensa carreira na cobertura esportiva, especialmente do Santos FC, atuando em veículos como A Tribuna, Expresso Popular, Santaportal, e Portal Mais Santos.

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