O lado sombrio do cinema: A Marca da Maldade e o mistério por trás da genialidade do film noir


a marca da maldade
Charlton Heston e Orson Wellesem A Marca da Maldade (1958) | Universal Pictures
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Amantes do cinema noir, que eu espero ter transformado vocês, preparem-se para uma experiência inesquecível. Hoje vou falar sobre um clássico do gênero que, mesmo após décadas de seu lançamento, ainda é referência para muitos cineastas e estudiosos do cinema: A Marca da Maldade, dirigido por Orson Welles em 1958. Este filme é um daqueles que podemos assistir diversas vezes e, em cada uma delas, descobrir novos detalhes que passaram despercebidos anteriormente. 

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Começando pelos aspectos técnicos, o filme é uma verdadeira aula de cinema. A fotografia, a trilha sonora e a montagem são excelentes e ajudam a criar a atmosfera tensa e sombria típica do noir. O diretor de fotografia, Russell Metty, utilizou de forma magistral a técnica de chiaroscuro, que contrasta áreas iluminadas e escuras, criando sombras fortes e expressivas que são uma marca registrada do gênero. Além disso, a trilha sonora de Henry Mancini é perfeita para intensificar a tensão e a atmosfera misteriosa do filme, enquanto a montagem de Aaron Stell ajuda a manter o ritmo da trama.

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Charlton Heston and Janet Leigh in A Marca da Maldade (1958) | Universal Pictures

Quanto à qualidade da direção, Orson Welles não deixa a desejar. O diretor criou uma narrativa envolvente e tensa, que mantém o espectador preso à tela do início ao fim. Ainda mais impressionante é a forma como Welles utiliza a câmera para transmitir a sensação de paranoia e confusão que permeiam a história. Ele utiliza de forma habilidosa planos-sequência e ângulos de câmera incomuns, que reforçam a sensação de que algo não está certo na cidade fronteiriça onde se passa a trama. A sequência inicial do filme é um show a parte, durando 3 minutos sem cortes, do momento em que uma bomba é colocada em um porta malas, até a sua explosão. Magistral! (Produção, verifiquem se tem essa sequência e coloquem aqui*). Uma curiosidade: o diretor Orson Welles foi demitido do filme, e o estúdio decidiu reeditar a versão que foi lançada do filme por conta própria, resultando num filme mais curto, mais confuso, e com créditos iniciais em cima da seqüência inicial, resultando em algo que só pode ser chamado de poluição visual. Um absurdo. A versão que o diretor tinha em mente só foi lançada em 1998!

*colocado

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O elenco de A Marca da Maldade também é de primeira categoria. Charlton Heston interpreta o detetive mexicano Ramón Miguel “Mike” Vargas com maestria, enquanto Janet Leigh é atraente e misteriosa como a esposa de Vargas. Mas é Orson Welles, que interpreta o corrupto capitão de polícia Hank Quinlan, que rouba a cena. Sua atuação é impressionante e sinistra, e sua caracterização física, com uma maquiagem que o deixa mais velho e obeso, é uma das mais marcantes de sua carreira. É impossível não sentir repulsa e fascínio ao mesmo tempo pelo personagem.

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Orson Welles em A Marca da Maldade (1958) | Universal Pictures

A química entre os personagens de Welles e Heston é palpável e adiciona ainda mais tensão ao filme. E sim, o fato de Heston interpretar um mexicano, com direito a bigodinho fajuto, é um pouco incomodo. Mas não tira o brilho de sua interpretação. As coisas eram como as coisas eram.

Além de Heston e Welles, o filme ainda conta com outras grandes atuações, como a de Janet Leigh, que interpreta a esposa de Vargas, e Marlene Dietrich, como uma mulher misteriosa, que tem a melhor visão de Quinlan: “Um ótimo detetive, mas um péssimo policial”. Todos os atores conseguem dar vida aos personagens de forma única e cativante, tornando o filme ainda mais envolvente.

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Marlene Dietrich em A Marca da Maldade (1958) | Universal Pictures
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Charlton Heston e Janet Leigh em A Marca da Maldade (1958) | Universal Pictures

Por fim, quero destacar a relação de A Marca da Maldade com o gênero noir. O filme possui todos os elementos característicos do estilo: a ambientação sombria, a presença de personagens moralmente ambíguos, a trama repleta de reviravoltas e o tom pessimista.

O diretor Orson Welles, que já havia revolucionado o cinema com o clássico Cidadão Kane, voltou a deixar sua marca com A Marca da Maldade, lançado em 1958. Este filme noir é considerado um dos melhores do gênero e é aclamado por críticos e espectadores até hoje.

A Marca da Maldade é um filme que tem todos os elementos clássicos do noir, desde a fotografia em preto e branco, passando pela trilha sonora jazzística, até a trama envolvendo crime, corrupção e traição. Mas Welles conseguiu imprimir sua própria marca, tornando o filme único em sua atmosfera sombria e repleta de tensão.

A Marca da Maldade é um filme que não apenas se destaca dentro do gênero noir, mas também influenciou o cinema moderno em diversos aspectos. A utilização de planos-sequência, por exemplo, inspirou outros diretores a explorar essa técnica em seus filmes, como é o caso do diretor Alejandro González Iñárritu em …quase todos os seus filmes.

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A complexidade dos personagens e a abordagem de temas polêmicos, como corrupção e racismo, também são elementos que influenciaram outros filmes do gênero e do cinema em geral. A Marca da Maldade é um filme que transcendeu sua época e continua relevante até hoje, sendo uma obra-prima do cinema que merece ser assistida e apreciada por todas as gerações. Se você ainda não assistiu a este filme, não perca mais tempo e descubra por si mesmo por que ele é considerado uma das obras-primas do cinema.

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Ricardo Reis

Olá. Meu nome é Ricardo Reis, empresário, ex-professor e (ainda) entusiasta de cinema.

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