Queridos leitores, como vocês sabem eu não tenho o hábito de ir ao cinema ver as estréias. Mas existem algumas exceções raríssimas que, vez ou outra, me fazem sair de casa e dirigir (Aff) até o cinema mais próximo. E nesse caso, quem realmente gosta de cinema tem a obrigação de prestigiar esse filme. Não apenas pelo belo exercício técnico que os filmes do Nolan geralmente apresentam, e Oppenheimer não é diferente, mas também, porque não é possível que Barbie, que me parece tem uma campanha de marketing das mais desonestas, ganhe a guerra pelas bilheterias neste ano. O mundo não pode estar caminhando para a mediocridade de forma tão galopante.
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Oppenheimer, o mais recente trabalho do talvez último grande cineasta, Christopher Nolan, é uma verdadeira obra-prima cinematográfica que transcende o gênero e a própria história que aborda. Com atuações brilhantes de Cillian Murphy e Robert Downey Jr., aliadas à forma interessante, embora um pouco fria, da direção de Nolan e à surpreendente trilha sonora, o filme cativa e emociona, deixando uma marca indelével no público. Mesmo não sendo um frequentador assíduo de cinemas, o apelo singular deste filme me atraiu, pois a promessa de uma experiência cinematográfica ímpar, inigualável à banalidade de outras (cof cof cof) produções, foi irresistível. Embora eu não tenha assistido no Imax, infelizmente.
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Uma das maiores razões pelas quais Oppenheimer se destaca é a habilidade inigualável de Christopher Nolan como diretor. Conhecido por seus trabalhos meticulosos, ele mais uma vez demonstra domínio completo da narrativa, mesclando a história de J. Robert Oppenheimer, o pai da bomba atômica, com elementos de suspense e uma visão única. O filme oferece uma perspectiva envolvente e emotiva sobre a jornada pessoal e as decisões éticas que moldaram esse momento crucial da história. Além disso, me surpreende como nós acompanhamos a história, em alguns momentos, pelo olhar do vilão, sem saber necessariamente que ele é o vilão, a não ser nos momentos mais derradeiros do filme. Ainda me surpreendi pelo fato do próprio diretor ter escrito o roteiro, e não seu irmão, Jonathan, que costuma ser seu roteirista de plantão.
As atuações de Cillian Murphy e Robert Downey Jr. merecem mais um destaque. Murphy, um colaborador frequente de Nolan, incorpora magistralmente as complexidades de Oppenheimer, entregando um retrato humano e multifacetado do cientista atormentado pelas suas decisões, em especial, obviamente, de explodir uma bomba atômica em duas cidades estrangeiras, repletas de civis. Por sua vez, Robert Downey Jr., afastando-se de seus papéis habituais de super-heróis, traz uma atuação magnética como o antagonista, oferecendo nuances que transcendem o típico vilão unidimensional. Aliás, o motivo que “justifica”o ódio de seu almirante Strauss é quase digno de pena. Não vou estragar, mas é interessante que um pequeno momento, tão bobo para alguns, poderia instigar uma rivalidade tão grande.
Oppenheimer é uma experiência cinematográfica rara e memorável, especialmente no mar de banalidades repetitivas do cinema atual. Christopher Nolan mais uma vez demonstra sua grande habilidade como diretor, conduzindo uma trama intrincada com maestria e cativando o público do início ao fim. As atuações brilhantes de Cillian Murphy e Robert Downey Jr. dão vida e profundidade aos personagens, adicionando camadas de autenticidade à narrativa.
Este filme é uma prova de que o cinema pode ser uma forma de arte que transcende entretenimento e que a busca pela excelência artística pode resultar em obras cinematográficas que perduram na memória do público por muito tempo. Ainda que o filme da Barbie deva conquistar mais espaço nas bilheterias, Oppenheimer é mais um filme do Nolan que resistirá ao tempo e se destacará como uma referência para o cinema contemporâneo. Assim como A Origem e a trilogia do Batman. Sublimes.
Não sou um crítico de cinema, e não é isso que essa coluna propõe, mas recomendo fortemente a todos que apreciam a sétima arte que reservem um (longo, mas satisfatório) momento para vivenciar a grandiosidade de Oppenheimer nas telonas. Ouso dizer que a Barbie…que se exploda!
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