A Conclusão épica de O Retorno do Rei


o retorno do rei
Viggo Mortensen em O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003)
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No final de 2003, a gente, assim como Frodo, se fazia essa pergunta: como voltar para a vida normal, depois de três anos na Terra-Média? Como voltar a ver filmes normais, depois dessa magnífica experiência? Será que vai existir final tão bom quanto em O Retorno do Rei?

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Olá meus leitores quarentões. Hoje, vamos terminar a série de textos sobre a trilogia O Senhor dos Anéis, tratando do excepcional, e longo, terceiro capítulo. Lembrando que você pode reler os textos sobre A Sociedade do Anel e As Duas Torres aqui e aqui. E sempre lembrando que um texto Premium sobre a produção dos filmes está em desenvolvimento. Enquanto isso, assine o 40EMAIS para ler sobre como George Lucas conseguiu fazer Star Wars. Não perca!

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O filme começa de maneira mais sutil, mas ainda mais inteligente que os antecessores: ao invés de uma grande cena de ação, nós somos apresentados aos Hobbits Déagol e Smeagol, e, através da história de como eles encontraram o Um Anel, nós vemos os efeitos devastadores que esse artefato possui. E isso é inteligente não apenas por nos fazer conhecer melhor a tragédia de Smeagol ( depois Gollum) e também por temer pelo destino de Frodo, que é o portador do objeto. Além disso, nos dá uma dimensão maior da importância de destruir o Anel. Uma sacada narrativa muito bem pensada. 

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A partir daí, o filme se torna uma jornada de antecipação pelo ataque iminente de Sauron em Minas Tirith: enquanto Gandalf e Pippin correm para a cidade para tomar providências, O resto dos personagens acompanham a preparação do Rei Théoden para levar seu exército para a guerra. Aliás, observe a mudança de comportamento do personagem de Bernard Hill entre o filme anterior e esse, e perceba a evolução do personagem, de indeciso e turrão, a disposto a morrer em batalha. O que nos leva a sequência mais impressionante da trilogia: a batalha dos Campos do Pelennor.

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Bernard Hill como Rei Theoden

A mais importante sequência do filme é divida em três pontos de vista: de dentro da cidade, especialmente a a partir das experiências vividas por Gandalf e Pippin. Entre os cavaleiros de Rohan, especialmente acompanhando o Hobbit Merry e Éowyn, e nas partes que acompanham Aragorn, Legolas e Gimli. Épico é pouco para descrever a batalha.

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A Batalha dos Campos do Pelennor

Infelizmente, a resolução da batalha é um pouco anticlimática, com a chegada dos fantasmas deixando a finalização muito fácil, algo que difere dos livros e que poderia ser melhor trabalhado. Mas não é um problema que chegue a arranhar a experiência.

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Andy Serkis em O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003)

O Retorno do Rei, assim como os outros, traz efeitos visuais inacreditáveis para a época, com, de novo, destaque para a criação da criatura Gollum. Repare como a equipe conseguiu passar nuances como dúvidas, incertezas e conflitos no olhar de uma criatura digital. Além disso, a musculatura facial da criatura é absolutamente perfeita, conferindo ainda mais detalhes e versatilidade à performance de Andy Serkis. 

Claro, merecem destaque a aranha gigante Laracna, e os Olifantes enormes, bem como as sequências povoadas de exércitos, atingidos através do uso do software Massive. Visualmente, o filme é um espetáculo que resiste até hoje. 

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Sean Astin e Elijah Wood em O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003)

Mas, evidentemente, que tecnologia não fazem um filme se não tiver coração investido, e como não poderia deixar de ser, a melhor e mais genuína sequência do filme, é aquela em que, mesmo cansado e já sem esperança, Sam decide carregar Frodo nos ombros até o alto da Montanha da Perdição, para que a demanda seja completa e o Anel possa ser destruído. Sam é, de longe, o mais simples dos personagens, porém, o verdadeiro herói do filme. Enquanto Frodo sofre, é a coragem, otimismo e determinação de Sam que faz com que a missão seja cumprida, e mostra que a dedicação aos amigos e a fidelidade à causa a que se propõe fazer, são os pilares absolutos para que uma missão importante seja realizada. (Até arrepiei). Esse ensinamento vale para o filme, vale para a vida e vale para a equipe do filme, em especial do seu diretor.

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Quando chegamos na sequência final, na coroação de Aragorn, já estamos cansados, e prontos para nos despedir da Terra-Média. Muita gente reclama do final arrastado do filme, quase como se o filme se recusasse a terminar. E, bom. Acredito que sim, o filme realmente não quer terminar. Existe um vídeo dos bastidores do filme, que mostra o diretor Peter Jackson dirigindo o último filme, e fica nítido que ele não quer terminar a produção, que tomou quase dez anos da sua vida. É um trecho que mostra a dedicação de uma equipe em entregar o melhor produto possível. A equipe vai deixar o trecho aqui embaixo.

Povoado de sequências de tirar o fôlego, como aquela em que os faróis de alerta se acendem, ou ainda a final, quando Gollum morre abraçado ao anel, além de todas as tomadas em que a câmera sobrevoa uma fantástica (e muito realista) Terra-Média, O Retorno do Rei é um filme de superlativos, a conclusão de uma jornada que começou, para nós, o público, dois anos antes, e termina de forma magistral. Depois deste terceiro capítulo, nada mais foi o mesmo, tanto no cinema, quanto na carreira dos envolvidos, alguns fazendo escolhas de carreira muito boas, outras nem tanto. Mas o mais importante: a saga mudou a forma, para o bem e para o mal, de fazer cinema em Hollywood.

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E aqui encerramos a nossa passagem pela Terra-Média. No final, esse texto ficou mais curto do que os outros, justamente porque os elogios que cabem a esse, cabem para os outros também, e não quis soar repetitivo. O Senhor dos Anéis foi uma experiência profunda em cinema, como dificilmente veremos daqui para frente, especialmente pela falta de dedicação e esmero que as produções atuais têm demonstrado. Mas, de tempos em tempos, podemos colocar nossos blu-ray pra rodar, e nos jogarmos nas aventuras de Frodo e o Senhor dos Anéis. Até a próxima. Curta e deixe o like!

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Cate Blanchett, Marton Csokas, Hugo Weaving, e Michael Elsworth em O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003)

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Ricardo Reis

Olá. Meu nome é Ricardo Reis, empresário, ex-professor e (ainda) entusiasta de cinema.

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