Quarenta anos. Quatro décadas. Eu já tenho 44 anos. Quatro décadas e quatro anos. Mas aquela final chegou aos 40. Quarentou
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Naquela tarde de domingo, 29 de maio de 1983, eu tinha 4 anos. Serei sincero: não me lembro de nada. Não acompanhava o futebol como passei a fazê-lo tempos depois. E ainda era bem criança.
Uma semana antes, Santos e Flamengo começavam a decidir o título brasileiro no Morumbi. O Peixe levou a melhor: 2 a 1. Pita e Serginho Chulapa marcaram para o Alvinegro. Só que Baltazar usou a cabeça e descontou para o Rubro-Negro.
Aquele gol do artilheiro de Deus atrapalhou as pretensões do Santos para o segundo jogo no Maracanã. E fica mais difícil ainda ter pretensões depois de sofrer um gol com menos de um minuto, de Zico, seu último antes de partir para vestir a camisa da Udinese, da Itália? Fez 40 anos!
Como o Peixe seguiria adiante depois de um pênalti de Marinho em Pita, reclamado até hoje e que o árbitro Arnaldo Cézar Coelho (será que a regra é clara mesmo?) marcou obstrução? Fez 40 anos!
Como sobreviver à cabeçada de Leandro nas redes de Marolla, depois de cobrança de falta de Zico? Era o segundo gol. E ainda no primeiro tempo. Fez 40 anos!
Como deter aquele timaço do Flamengo que ainda marcou o terceiro, no finalzinho, com Adílio? Fez 40 anos!
Como esquecer aquela briga em que os jogadores do Santos se envolveram, iniciada por Paulo Isidoro no gramado com um fotógrafo, apoiada pela maioria – Serginho Chulapa um deles – e que parecia não acabar nunca? Fez 40 anos!
Teve entrega de taça, o Flamengo chegou ao terceiro título brasileiro e o Santos foi campeão paulista no ano seguinte, em 1984.
Quarenta anos. Quatro décadas. Eu já tenho 44 anos. Quatro décadas e quatro anos. Mas aquela final chegou aos 40. O outro jogo decisivo, o do Paulistão, merece a frase no próximo ano. Só terei de corrigir minha idade para 45 anos.
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