Ela venceu!

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venceu

Tem um bonde que passa no Centro turístico da cidade. No último passeio pude ver, com tempo e detalhes, as velhas casas e armazéns do século passado. Paredes fortes e espessas. Algumas frontarias azulejadas. A maior parte desses imóveis, abandonada. Só vestígios do que já foram. Pedaços de antigas paredes e partes de telhados desabando.venceu

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No meio do desalento, mudas de plantas saltavam das paredes de concreto. Com seus caules verdes eretos. E no chão, uma flor amarela me olhava com alegria e espanto!

A vida surgia das entranhas da rua. De cor viva e pura. Delicadeza que fura. Raízes fortes que romperam  estruturas e pelas frestas, espertas, chegaram à luz. Até nas ruas de trilhos, no vão dos velhos paralelepípedos, as flores heroicas saltavam do chão, feito primavera em explosão. 

Lembrei da minha lágrima de cristo… Tentei por diversas vezes plantar trepadeiras no canteiro da casa onde morava. Nenhuma delas vingava. A tumbérgia não resistiu. Tão pouco, o sapatinho de judia. Até o maracujá foi se agarrando e cresceu, deu dois frutos e feito a camélia caída do vaso, morreu.

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Num dia inesperado, num pequeno buraquinho entre o cimento e a madeira da pilastra ela surgiu… Primeiro, um broto pontudo despontou. Depois uma folhinha. Mais outra. E outra mais vingou. Em poucos dias, alegres florinhas brancas de pistilo vermelho já se enroscavam no telhado cinzento e descorado. 

De onde veio a lágrima, silenciosa e persistente?  As plantas são mais fortes que a gente. Suas raízes rasteiam. Volteiam. Não desistem. E se embrenham furando o concreto. Rompendo o asfalto e o vazio do centro em seu quase mortal esquecimento. 

Foi naquele buraquinho do meu canteiro, estreito e pequeno, que surgiu e cresceu exuberante a minha lágrima de Cristo. Bela. Singela! Regada e nutrida com tudo que precisa.

Água. Luz. E o sal… da terra!

 
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Ines Bari

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Sou Inês Bari, formada na Faculdade de Comunicação de Santos. Escritora, radialista, compositora, publicitária, roteirista e sonhadora na maior parte do tempo. Coordenei a Rádio Tribuna de Santos por 28 anos (1985 a 2013). Fui integrante do Grupo Picaré de Poesia Independente no período Acadêmico. Em 82 lancei o livro de poesias Sol da Noite que me levou à Bienal de São Paulo em 84. Em 2015, escrevi o primeiro livro de crônicas do cotidiano, o Inesplicando Vol.1, lançado pela Chiado Books, editora para qual faço resenhas. A partir de 2018, realizei a palestra Do Rádio ao Blog no Sesc Santos, Centro Histórico de São Vicente, Livraria Cultura em São Paulo, entre outras. Em 2020, lancei o segundo livro de crônicas, o Inesplicando Vol2, pela Chiado e participei da Bienal Internacional do Rio de Janeiro. Atualmente, além de dar continuidade ao blog de crônicas Inesplicando.blogspot.com, dedico-me ao projeto literário-musical “Vem que Trem Poesia!” Por tudo isso, são tantas histórias pra contar e espero poder compartilhar com você!

1 Comentário

  1. Selma28 de fevereiro de 2022

    Lindo texto como sempre. Sensível e inteligente, mas de uma escrita simples e fácil de ir longe na imaginação e lembrar de algum fato parecido que já vivenciamos.
    Parabéns 🙂

    Responder

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