Colocar uma criança para adoção pode ser considerado um gesto de amor, pois quando os pais fazem isso, normalmente almejam algo que não tem condições de dar para os filhos. Em algumas famílias, esses pais são excluídos e julgados, seja pelos filhos e/ou pelas pessoas que adotaram essas crianças. Esse gesto pode trazer traumas e emaranhamentos para esta família, pois quebra a lei sistêmica do pertencimento, que preconiza que todas as pessoas têm o direito de pertencer, independente das ações que tiveram ao longo da vida. Uma maneira de harmonizar este sistema é incluir esses pais biológicos com gratidão no coração do filho adotado e dos pais adotivos, mesmo que eles não conheçam essa família biológica. Desta forma é praticada a aceitação dos fatos que ocorreram no passado. Lembrando que aceitar não é concordar com o que aconteceu e sim uma maneira de olhar para as pessoas com empatia.
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O filme “O Diário de Noel”, Netflix: 2022, mostra muito bem a importância de incluir os pais biológicos no coração de uma filha. Pois a vida que deram foi suficiente e é o maior bem que podem dar a essa pessoa. Este longa conta a história de Jacob, um escritor famoso solitário que volta à cidade natal após a morte de sua mãe. Neste lugar ele conhece Raquel, uma mulher que está à procura de sua mãe biológica, acha que tudo na vida é difícil e sente um grande vazio. Busca segurança no relacionamento afetivo com seu noivo, pois para ela isso é suficiente para se casar com ele. Mostra também que a história dos pais de Jacob não era como ele sempre pensou que fosse. Vai entender isso quando assistir a esse filme que recomendo muito.
Outro filme que também relata muito bem essas questões da adoção é “Lion – Uma jornada para casa” de 2016, que conta a história de Saroo que aos 5 anos se perdeu de seus pais em Caucutá – India. É adotado por uma família australiana e aos 25 anos parte em busca de seus pais biológicos, pois não conseguia seguir sua vida com alegria e leveza.
Quando olhamos para as pessoas com mais empatia conseguimos olhar para elas com mais consciência, pois praticamos um olhar com menos julgamentos. Assim, as conclusões criadas na mente para justificar fatos que foram dolorosos podem ser melhor entendidos e ressignificadas.
Escrevo sobre Constelação Familiar e o pensamento sistêmico na minha coluna: https://40emais.com.br/colunas/elis-borsoi/. Nela há dezenas de textos que podem ser acessados gratuitamente.
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