Os Cinco Bolos da Zezé

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zezéZezé estava com nossa família há mais de quinze anos. Ajudou a cuidar dos meus sobrinhos. Depois, cuidou de mim, da minha desordem e da minha casa. Época em que eu mais precisava, trabalhando em três empregos. Rádio, dublagem, roteiros… Eu chegava em casa e Zezé surpreendia… Fiz um pudim de pera. Tá na geladeira! Zezé, tinha pera? Dei um pulinho na feira…

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Zezé fazia ótimos pratos triviais e tortas salgadas. Aquelas que ficam grossas nas bordas e ligeiramente entortadas. Mas por dentro, o recheio enchia os olhos e nossa boca de água. Zezé era danada!

Uma coisa só destoou durante este tempo em que convivemos. Os bolos de cenoura! Eles nunca deram certo. Primeiro, ela tentou fazer surpresa… Deixou o bolo pronto sobre a mesa, com um bilhete ao lado… Ficou baixinho, mas deve estar gostoso. Que nada! Estava duro e solado. No dia seguinte, rimos e jogamos fora o bolo. Caso abafado.

Na semana seguinte ela tentou de novo, dizendo que foi culpa do ovo. Que estava muito gelado… Fez o segundo! Agora murcho e retraído. Como podia? Zezé acertava tudo em confeitaria? Já se sentia rebaixada na categoria. Mas que besteira, Zezé, você é ótima cozinheira. É só o bolo de cenoura, eu dizia…

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E o bolo encasquetava sua cabeça… Bastavam sobrar duas cenouras e ela novamente se metia a besta. Cheguei a ver uns pedaços do bolo encruado jogados no lixinho ao lado. Ela não comentou o fato.

Na semana seguinte tentou de novo. Agora já eram quatro! Eu já evitava comprar cenoura, porque quando tinha, ela insistia. A culpa agora era do óleo. Vou por manteiga! Não, Zezé, deixa! E Zezé não parava… Até que mesmo com manteiga, leite morno, fermento novo e uma forte novena, ela estragou o quinto bolo. Então determinei… Chega, Zezé. Chega! Esse bolo não é pra você!

Só mais um, por favor. Mais unzinho só, Dona Inês… Tá bom, Zezé, faz vai. E lá se foram, perdidos… seis!

 
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Ines Bari

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Sou Inês Bari, formada na Faculdade de Comunicação de Santos. Escritora, radialista, compositora, publicitária, roteirista e sonhadora na maior parte do tempo. Coordenei a Rádio Tribuna de Santos por 28 anos (1985 a 2013). Fui integrante do Grupo Picaré de Poesia Independente no período Acadêmico. Em 82 lancei o livro de poesias Sol da Noite que me levou à Bienal de São Paulo em 84. Em 2015, escrevi o primeiro livro de crônicas do cotidiano, o Inesplicando Vol.1, lançado pela Chiado Books, editora para qual faço resenhas. A partir de 2018, realizei a palestra Do Rádio ao Blog no Sesc Santos, Centro Histórico de São Vicente, Livraria Cultura em São Paulo, entre outras. Em 2020, lancei o segundo livro de crônicas, o Inesplicando Vol2, pela Chiado e participei da Bienal Internacional do Rio de Janeiro. Atualmente, além de dar continuidade ao blog de crônicas Inesplicando.blogspot.com, dedico-me ao projeto literário-musical “Vem que Trem Poesia!” Por tudo isso, são tantas histórias pra contar e espero poder compartilhar com você!

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