Desde meu acesso a meios digitais para consumir música, deixei de fechar em estilos que já conhecia. Esse acesso quase infinito da produção musical mundial me deixa zonzo de tanta opção e me delicio em investigações. Nessa busca pelas tantas “batidas perfeitas”, encontrei o estilo chamado “Ethnic Electronica”, que reúne uma grande variedade de estilos e influências culturais, criando uma rica tapeçaria sonora que celebra a diversidade musical do mundo.
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Pesquisando sobre essa etimologia musical, teremos estilos mais associados à ethnic music: Ambient World, World Music, Tribal House, Dowtempo World, Asian Underground, Afrohouse, Latin House, Dancehall e mais recente integrado nessa lista o Funk Carioca.
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Como tudo que se refere à música eletrônica, difícil é definir e enumerar estilo por estilo, já que as produções não param de nascer, desde os anos 1960, quando a popularização dos sintetizadores de som, deixou mais fácil a manipulação de sons puramente eletrônicos.
Aqui estão alguns estilos associados ao “Ethnic electronica”:
– World Music: estilo de mais ampla interpretação, já que incorpora uma variedade de influências culturais de todo o mundo. Um mesmo produtor passa a compor músicas eletrônicas, incluindo música tradicional, folclórica e étnica, combinadas com elementos contemporâneos/atuais da música eletrônica.
– Tribal House: um estilo muito consumido nas pistas da cena gay eletrônica, combina batidas ágeis com elementos tribais, como percussão africana, melodias indígenas, além do ritmo latino e do funk carioca. Adicionado também, buzinas, sirenes e apitos como item de marcação nas batidas enérgicas e propõe ritmos cativantes.
– Ambient World: Este estilo propõe paisagens sonoras leves e suaves, numa atmosfera que combina elementos da música ambiental com influências étnicas e globais. É frequentemente usado para criar uma sensação de viagem sonora ou contemplação, através da uma sensação de flutuação e imersão, convidando o ouvinte a mergulhar em um mundo de sonhos e contemplação.
– Downtempo World: O Downtempo World é caracterizado por batidas relaxantes e ritmos lentos, combinados com instrumentação étnica e texturas sonoras exóticas com impacto profundamente emotivo. Bem pertinente para o relaxamento da mente e do corpo, vem como uma pílula sonora num chillout – que é aquela baixa de bola que precisamos quando voltamos de uma bala(da) das boas.
– Fusion Electronica: estilo que combina elementos de vários gêneros musicais, incluindo música étnica, jazz, rock, e música eletrônica. Temos então, uma fusão única de sons e estilos diversos, onde os artistas exploram as conexões entre música étnica, tradicional e mundial. Adicionam instrumentação variada e influências atuais. Resulta numa música única e inovadora, que reflete a diversidade cultural e musical do mundo globalizado de hoje. Aborda temas globais, promove compreensão e apreciação da diversidade cultural. Uma expressão musical que celebra a conexão entre passado e presente, tradição e inovação.
– Global Bass: pulsante e diversificado, combina batidas de bass music e as influências étnicas e globais de diferentes partes do mundo. Ritmos cativantes e batidas eletrônicas se fundem entre os elementos da música tradicional, como cumbia, reggae, dancehall, afrobeat, entre outros. Num geral de atmosfera festiva e empolgante, celebra a diversidade cultural e a interconexão entre diferentes tradições musicais. Expressão da música contemporânea que rompe com as fronteiras geográficas e de estilos, para unir pessoas através do poder da música e da dança.
– Chillout Lounge: conhecido por criar atmosferas relaxantes e envolventes, ideais para momentos de descanso ou reuniões entre amigos para um jantar e papear. Suas batidas suaves, melodias tranquilas e com texturas sonoras etéreas, esse estilo nos convida a desacelerar. Cria aquela sensação de calma e bem-estar, muitas vezes associada a ambientes de lounges em hotéis, bares e espaços de relaxamento. Com suas vibrações suaves e sofisticadas em harmonia, oferece uma pausa tranquila no ritmo agitado da vida cotidiana, proporcionando um refúgio para a mente e o espírito.
– Afrohouse: combina elementos da música eletrônica com influências da música tradicional africana, incluindo batidas percussivas, ritmos cativantes e melodias inspiradas nas culturas dos povos africanos. Conhecido por sua energia contagiante, ritmos animados e vibes festivas, tem ganhado espaço global, especialmente nos últimos anos, com artistas africanos e de outros lugares do mundo incorporando elementos desse estilo em suas produções. Contribui de maneira significativa para a vitalidade do cenário da música “Ethnic Electronica”, já que oferece uma perspectiva única desta cultura musical ancestral, combinada com a modernidade da música eletrônica.
– Latinhouse: estilo musical enérgico que une elementos da música house com influências latinas. Resulta numa fusão cativante, com batidas pulsantes, percussão contagiante e elementos latinos característicos da salsa, merengue, cumbia e reggaeton. Muito associado a uma energia festiva estimula as pessoas a dançarem. Num geral, celebra a paixão, a alegria e a cultura latina, ao mesmo tempo em que mantém a essência e o groove da música house. Convida os ouvintes a se entregarem ao ritmo contagioso e à atmosfera vibrante que ele proporciona.
– Funk Carioca: também conhecido como “funk brasileiro”, é um estilo musical originário das favelas/comunidades do Rio de Janeiro. Combina batidas de funk, influências de hip-hop e rap, com letras muitas vezes relacionadas à vida urbana e questões sociais. Embora não seja estritamente eletrônico, muitas vezes é remixado e incorporado em produções de música eletrônica. Atua como uma forma de expressão artística e cultural, além de uma poderosa ferramenta que dá voz às comunidades, oferecendo uma plataforma para a autoexpressão e a resistência.
– Dancehall: estilo musical originário da Jamaica, conhecido por suas batidas contagiantes, ritmos cativantes e letras líricas distintas. Tem suas raízes na música reggae e no sound system jamaicano (aquelas paredes de caixas de som), mas evoluiu para se tornar um gênero próprio, influenciando a música pop e eletrônica. Batidas enérgicas e cadências distintas são acompanhadas por letras que abordam temas que vão desde festas e romances, até questões sociais e políticas. Mais que apenas um estilo musical é uma cultura que reflete as experiências e o espírito criativo jamaicano, transmitindo uma sensação de celebração, resistência e união através da música e da dança.
Após essa viagem musical, vemos que os estilos de Ethnic Electronica são mais do que apenas gêneros musicais; são pontes entre culturas, expressões de identidade e testemunhos da riqueza da diversidade humana. Ao unir elementos da música eletrônica com influências étnicas e tradicionais de todo o mundo, esses estilos nos convidam a explorar novos sons, a apreciar novas perspectivas e a celebrar a interconexão de nossa herança cultural global.
Da batida pulsante do Tribal House à serenidade das paisagens sonoras etéreas, cada estilo oferece uma jornada sonora única, repleta de beleza, emoção e inspiração. Enquanto mergulhamos nesse universo de sons, somos lembrados da capacidade de nos conectar uns aos outros através da música e assim, transcender barreiras e celebrar por sermos membros dessa família humana.
Eu que venho buscando sempre ouvir esses tantos estilos, mantenho abastecimento de uma playlist pessoal chamada Ethno Beats (Spotify), onde venho reunindo meus achados dessa vasta capilaridade sonora global. Junte-se a esse movimento musical e cultural.
Vida longa ao som bom (em um bom som).
Até a próxima sexta-feira.
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