Streaming de Música – experiência funcional ou audição profunda


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O formato de streaming trouxe muitas mudanças à experiência musical, algumas positivas e outras desafiadoras. A compreensão dessas dinâmicas nos ajuda a apreciar melhor como a música contemporânea está evoluindo no mundo digital. A experiência funcional na música contemporânea, especialmente no contexto dos serviços de streaming, é um tópico relevante e complexo. O uso das plataformas de áudio pode mascarar a profundidade do ato de ouvirmos música, pois ficamos preguiçosos em “garimpar” a música.

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A programação prevista pelos algoritmos desses mecanismos digitais, pode promover uma queda na qualidade do processo de pesquisa pessoal e por sua vez, poderemos diminuir o aprofundamento sobre a letra/melodia e tornar o tempo contemplativo menos efetivo. Passamos então a ouvir sem profundidade e com baixa atenção ao que estamos tocando em nossos aparelhos ou fones.

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Tenho como ideia principal, sempre associarmos ao nosso processo de audição musical um protagonismo e personalidade pessoal. Para isso acontecer, precisamos aprender a utilizar melhor os algoritmos que movimentam essas redes, que de uma maneira geral, nos apontam o que realmente “é sucesso” ou mais ouvido nestes tempos. Também será baseado sobre o que você mais ouve atualmente, podendo mascarar pequenos e novos artistas, dificultando o acesso à bandas ou artistas mais antigos e que talvez você não tenha dado play nos últimos tempos – isso afasta você de sua personalidade sonora.

Vamos abordar algumas das perspectivas sobre como o streaming afeta a experiência musical:

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1 – Experiência Funcional vs. Estética: uma das críticas ao streaming é que ele encoraja uma experiência musical “funcional” em vez de uma apreciação estética e significativa da música. A experiência funcional refere-se a ouvir música como pano de fundo, para cumprir uma tarefa ou para criar um ambiente (por exemplo, música ambiente em lojas ou restaurantes). Nesse cenário, a música não é o foco principal; ela serve a um propósito prático. Isso pode levar a uma apreciação menos profunda e menos envolvente da música. No entanto, também pode ser uma escolha consciente para determinadas situações.

2 – Música Blanda e Não Desafiadora: alguns argumentam que o streaming promove músicas “blandas” (suaves, leves) e não desafiadoras, já que as plataformas tendem a favorecer faixas populares e hits. As playlists de sucesso e algoritmos de recomendação muitas vezes priorizam músicas que já têm grande apelo comercial. Isso pode limitar a diversidade de sons e estilos que os ouvintes encontram. A música pode se tornar previsível e menos exploratória.

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3 – Passividade e Distração: alguns afirmam que o streaming torna a experiência musical passiva e distraída, com a música recuando para segundo plano. A facilidade de acesso ao streaming permite que as pessoas ouçam música em qualquer lugar, mas também pode levar a uma atenção dividida. Muitos ouvintes não dedicam tempo exclusivo à música. A música pode se tornar uma trilha sonora incidental em vez de uma experiência imersiva.

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4 – Faixas Curtas e Fragmentação: o streaming influenciou o comprimento das músicas. Faixas mais curtas são mais adequadas para a atenção rápida e a reprodução em playlists. As plataformas de streaming recompensam faixas mais curtas, pois elas são mais propensas a serem ouvidas até o fim. Isso pode afetar a forma como os artistas compõem e estruturam suas músicas.

5 – Descoberta Musical Limitada: alguns argumentam que o streaming desencoraja a descoberta musical e aventureira, pois as recomendações muitas vezes se baseiam no que o ouvinte já conhece. Os algoritmos de recomendação tendem a sugerir músicas semelhantes às que o usuário já ouviu, limitando a diversidade. A exploração de novos artistas e gêneros pode ser prejudicada.

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Experiência sonora profunda (audição profunda)

Quando falamos de experiência funcional penso no exemplo do estilo Lo-Fi, onde ferramentas digitais recriam instrumentais e adicionam elementos da natureza e cotidiano, numa infinidade de combinações, no intuito de distrair sua/nossa mente; nos relaxar, não exatamente prestarmos atenção naquilo. 

Perdemos o hábito de ouvir álbuns inteiros em sequência e isso diminui a experiência da audição profunda. Nos falta então, a oportunidade de entender o processo de construção que o artista tenha premeditado naquela obra, para contar aquela história, aquela jornada musical. 

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Talvez seja aqui a minha função, meu apoio a quem segue essa coluna. Propor caminhos (ou sinapses) que nos eleve a percepção da audição profunda, com assuntos da música contemporânea, dicas e achados sobre artistas e os seus trabalhos, pontos que mereçam nossa atenção mais valorosa. Quero aproximar o uso do streaming para construir uma audição profunda, que sempre foi pertinente aos meios físicos. Eu desejo que a música esteja com você na forma de uma bússola diante do caos contemporâneo.

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Uma dica para essa semana: Engenheiros do Hawaii

Como forma de estimular essa atitude de reflexão enquanto ouvimos música, trago uma trilha sonora da banda Engenheiros do Hawaii, que foi reunida na coletânea INFINITA HIGHWAY – 2003 (Spotify), onde reúne 117 canções do grupo gaúcho, num total de 07:34h de músicas que recebem o lirismo pertinente da maneira de Humberto Gessinger declamar as letras, que abordam uma maior consciência coletiva sobre relação social, política e existencial. Tudo associado a composições que por vezes são simples nas melodias e por outras vezes, são ricas nos componentes instrumentais modernos e também clássicos. 

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Essa banda foi muito pertinente para minha estrada pessoal. Hoje penso que ao invés de ouvir bobagem, buscava intuitivamente por música boa. Noto hoje como a escassez do acesso à música, o filtro sempre ajudou em reconhecer uma obra musical com mais sabor aos ouvidos. Aquilo que tocava minha consciência e sinapses de ideias e sonhos consolidaram minha coragem (que nunca foi ausência de medo). Letras como de A VERDADE A VER NAVIOS é uma conversa que temos com alguém atento. Em LONGE DEMAIS DAS CAPITAIS me trouxe um epicentro de outra capital do país. Com TERRA DE GIGANTES me vi como parte da juventude de minha época. Já com A PROMESSA alertou à mim sobre manipuladores/influenciadores. A REVOLTA DOS DANDIS PART I me conduziu em ritmo e compasso de locomotiva, com meus valores e habilidades na bagagem.

Traz boas doses da força do rock gaúcho, que emanou sua mensagem de críticas sociais junto de opiniões pessoais de forma inteligente e acessível – tudo que os jovens dos anos 80/90 mereciam para formar posicionamento e lutar por seus direitos. As letras das músicas muitas vezes apresentam metáforas e imagens vívidas que nos convidam a refletir sobre o sentido da vida, sobre a passagem do tempo, as relações humanas e as contradições da sociedade contemporânea – incrível como tanta coisa ali continuará atual por décadas.

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A obra dos Engenheiros do Hawaii é marcada pela originalidade, inteligência e sensibilidade artística, e continuará a ressoar com uma ampla variedade de ouvintes, desde os fãs de rock mais tradicionais até aqueles que apreciam letras profundas e significativas. Uma musicalidade reunida para nossa apreciação mais atenta, no conjunto desta vasta obra da banda, que encerrou essa jornada musical em 2008.  

Vida longa ao som bom (em um bom som). 

Até a próxima sexta-feira.

Fotos colunistas Leollo Lanzone - 40EMAIS

Leollo Lanzone

Leollo Lanzone é o alter ego de Mauro Galasso, que é de verdade, mas não cabia numa persona só. Tem olhar objetivo e sensível, tem o hábito de montar playlists, adora dançar eletrônico, sabe cozinhar, falar de amizade e tem opinião sobre quase tuuudo.

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