Recomeçar o mais um ano traz suspiros e tremores ao mesmo tempo. Novos ares, novos desafios se alinham e sinalizam o caminho que o ano promete cumprir. Nessas horas a numerologia e os astros mostram possibilidades e desenham boas novas que se tornam um farol para direcionarmos nosso foco.
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Num cenário onde quase tudo vem por um algoritmo, tento atuar como alguém que localiza dicas de fora do radar. Sonoridades que se não for uma pesquisa mais detalhada e alma curiosa, você não consegue alcançar.
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Nessa sétima edição, trouxe mais cinco artistas com projetos lindos e fora do eixo pop. Sobre cada um deles, o meu desafio é indicar uma faixa que melhor expresse a alma destas obras. Venha nesse jukebox que criei no Spotify para você clicar antes de ler o texto: Explorando Sonoridades 07 – 10.01.2025 – nessa playlist você poderá ouvir cada uma destas canções e serve como uma porta de entrada para os trabalhos de cada artista.
1). Álbum: Voz, Violão e Sanfona (2024) – Lucas Mamede: Estou aqui mais uma vez, trazendo luz para esse cantor que imprimi em suas canções, sua maneira peculiar interpretação. Nesse projeto, lançado no último dia do ano passado, Mamede reúne seis clássicos de compositores nordestinos. As eternas “Ai Que Saudade D’Ocê”, “Esperando Na Janela”, “Gostoso Demais”, “Espumas Ao Vento” e Dona Da Minha Cabeça” recebem arranjos intimistas para violão e sanfona. Uma viagem sonora por recantos distantes do nosso país, onde moram aquele imaginário acolhedor e multicultural de nosso imenso Brasil.
Indico a faixa “Preciso Do Teu Sorriso”, que era a única que não conhecia destes clássicos. Gravada por muitos artistas, aprendi que foi gravada em 2002 por Dominguinhos e por Mariana Aydar em 2011. Na voz de Mamede sentimos um cantar mais leve e um carinho maior na melodia. Um jeito lindo de iniciar o play nesse ano de 2025.
2). Álbum: Boleros Psicodélicos (2022) – Adrian Quesada: Quesada é um multifacetado músico, produtor e letrista norte-americano. Cofundador da banda Black Pumas, Quesada combina uma produção refinada com arranjos marcantes, criando sonoridades que misturam tradição e modernidade. Neste projeto lançado em 2022, é um projeto solo de Adrian Quesada que presta homenagem aos boleros clássicos da América Latina, onde mergulha nas raízes nostálgicas desse gênero romântico, mas adiciona camadas de texturas contemporâneas, guitarras distorcidas e influências do soul e do funk.
Com colaborações de artistas como Natalia Lafourcade, Gabriel Garzón-Montano e Gaby Moreno, o trabalho é um tributo ousado e inovador à riqueza musical dos boleros. Uma ponte entre o passado e o presente, trazendo o gênero para novos públicos com um toque de experimentalismo refinado. Indico a canção “Puedes Decir De Mi”, com vocal visceral de Gaby Moreno que representa muito bem esse projeto sobre um dos estilos musicais mais dramáticos e altamente performático. Em tempos de Cem Anos de Solidão, Boleros Psicodélicos nos mostra as veias latinas expostas num formato moderno e rico em rifes de guitarra. Vem nessa viagem lícita e com as nuances do bolero.
3). Álbum: A Girl Meets Bossanova 2 (2006) – Olivia Ong: é um álbum onde Olivia Ong revisita pela segunda vez, clássicos e hits contemporâneos com arranjos delicados e influências da bossa nova (vale uma visita ao projeto anterior de 2005). Olivia projeta sua voz suave e interpretação cativante para o estilo bossa nova. Ela que é natural de Singapura, soube conferir mais leveza e sofisticação para cada faixa. Canções como “So Nice”, “Kiss Of Life”, “Wave”, “One Note Samba” ou “Driving” são mostradas num estilo luxuoso e leve, mas não posso dizer que todas as faixas tem características da batida de bossa nova que o Brasil inventou, mas vale pela sofisticação adaptada.
Destaco a faixa “Kiss Me”, uma reinterpretação do sucesso da banda Sixpence None the Richer. Nessa versão de Olivia, ganhou uma atmosfera intimista, conduzida por acordes sutis de piano, violão e uma cadência rítmica suave. A interpretação transforma o hit pop em uma balada romântica que evoca cenários tropicais e um charme atemporal de um piano bar.
4). Álbum: Antes da Chuva Chegar (Transversões Volume 1) (2023) – Jay Vaquer: o último projeto de Jay Vaquer, faz uma homenagem apaixonada ao icônico brasileiro Guilherme Arantes. Neste álbum revisitaremos os tantos sucessos que o compositor criou e soube lançar para todos nós entre os anos 80-90, mas com a assinatura vocal de Jay Vaquer e arranjos minimalistas, mantendo o lirismo e a profundidade emocional das obras originais. Estão lá as músicas “Êxtase”, “Brincar de Viver”, “Um Dia, Um Adeus”, “Meu Mundo e Nada Mais”, conhecidíssimas de nossos ouvidos, porém numa roupagem atualizada e reflexiva.
Meu destaque vai para a faixa que abre o álbum “Loucas Horas”, ganhou nova vida na interpretação de Jay. A canção, conhecida por sua melancolia e riqueza melódica, é agora transformada para uma abordagem mais introspectiva e intensa, destacando a vulnerabilidade dessa letra. O resultado é uma releitura que respeita a essência de Guilherme Arantes, enquanto reflete o estilo único de Jay Vaquer render-se à harmonia profunda, conectando diferentes gerações através da música.
5). Álbum: presentes De-Drums (2024) – De-Phazz: lançado também em 31 de dezembro de 2024, é o mais novo trabalho da banda alemã, reconhecida por sua mescla de lounge, jazz e elementos eletrônicos. Este álbum com alma do jazz, celebra as percussões como protagonistas, criando um panorama sonoro vibrante, profundo e experimental, que mantém a marca registrada da banda: elegância e inovação.
Em minha opinião, o coração pulsante deste novo capítulo criativo do De-Phazz é a faixa “Enjoy The Moment”, que conta com os vocais encantadores de Sandra Hilge. A música é uma celebração da simplicidade e do presente, com uma melodia suave guiada por ritmos orgânicos e intervenções eletrônicas sutis. A interpretação de Sandra traz uma sensação de calor e introspecção, enquanto a percussão dinâmica dá à canção uma vitalidade que convida o ouvinte a se conectar com o instante presente. Um equilíbrio perfeito entre técnica e emoção.
6). Playlist: #Navaranda Vem Verão (link para Spotify clique aqui) – como um plus da coluna, trago a repescagem desta playlist que lancei em novembro passado, a partir de uma viagem que fiz ao nordeste (Maragogi/AL). Em pleno paraíso, fui construindo música a música neste set list com ar de verão. Tem novidades deste verão 2024/25, misturados com clássicos de um eterno verão musical. Tem brasilidades gostosas e tem ritmos “da gringa” que se conectam pela sensação de muita água salgada nas batidas e um tantão de luminosidade solar nas letras. Se você sorriu ou salivou lendo esse detalhamento, a playlist vai te cair bem.
Explorar novas sonoridades é, antes de tudo, um convite à descoberta e à expansão do horizonte musical. Proponho aqui essa jornada, que transita entre a tradição e a inovação, nos lembra que a música continua a ser um poderoso fio condutor de emoções e conexões. Que as faixas indicadas aqui possam inspirar, acolher e desafiar você a ouvir o mundo com outros ouvidos.
Vida longa ao som bom (em um bom som).
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