Dicas e Achados no Stream – 01


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Aviso: O texto contém hiperlinks para playlists no Spotify, como forma de levar uma experiência também auditiva para quem lê essa coluna.

A)- Aqyila (nome real é Taahira Aqyila Duff) – ela me chegou aos ouvidos como uma mistura de Corinne Bailey Rae e Des’ree. Cantora e compositora de R&B, natural de Toronto (Canadá), traz seu estilo peculiar de cantar em arranjos ora graciosos, ora ousados no beat. Ela tem um álbum no formato de EP (apenas sete faixas) e outros singles com apenas uma faixa – vantagens do stream, que permite um imediatismo de trabalhos mais curtos. Na canção de estreia Soulmate (2021) – isso mesmo, quase ontem – percebe-se uma voz jovem que declama o desejo de amar, em apenas 01 minuto de música – um sopro do que viríamos a ouvir em seus trabalhos lançados desde então.  stream

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Destaco a faixa Hello (2023), que abriu mais visibilidade para essa artista. Isso porque ela foi nomeada três vezes ao Prêmio Juno (Academia Canada de Música) como gravação do ano pelo single Vibe for Me (Bob for Me) de 2022 e também premiada, agora em 2024, pelo EP For The Better e a faixa Hello para categoria de melhor gravação para R&B tradicional. Aposto nesse futuro musical que virá. 

 

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B)- Metrô – uma marca sonora para mim, que resgata canções do nascimento de minhas experiencias de audição e das gravações de fitas k7 coletando sucessos pelo rádio (sagaz era quem conseguia evitar a fala do locutor(a) – “Minha juventude tinha cabelo repicado e paletó com ombreira e dançava new-wave, me respeita”.

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Apenas 04 álbuns estão disponíveis no Spotify, mas destaco a importância de dois deles:

Déjà-Vú (lançado em 2002 e não 2019, como aparece no Spotify) me tocou pela experiencia de unir a voz delicada e quase sem potência vocal (típica de uma cantora de bossa nova semi roqueira), com samples de eletrônicos que cadenciaram um cancioneiro de brasilidades, formando um remix de incompatíveis-possibilidades (inventei agora). A banda é paulista, mas nesse projeto vemos uma variante do grupo em uma versão praia ao cair da tarde, numa batida mais hightech. Minha faixa preferida é  Mensagem de Amor (de Léo Jaime) que ganhou uma roupagem com um beat marcado e a doçura da voz de Virginie Boutaud. 

Olhar: Edição Comemorativa (2016) aqui revisitamos o álbum de estreia da banda (1985) com estética rock-new-wave que dominava a cena por aqui e Europa. Mas nesse combo que formam dois discos de registros: temos o conteúdo do LP de 85 + alguns remixes como material bônus no disco 1. No disco 2 vem gravações ao vivo, de péssima qualidade sonora (talvez coletadas como estudo para um futuro álbum ao vivo da banda) que trazem a atmosfera dos shows do Metrô pelo Brasil – Jaú, Cornélio Procópio, Tupã e Recife. Ainda constam versões demo de 1984 para as canções: Tudo Pode Mudar, Sandalo de Dandi e Eu Digo Stop – essas quatro faixas estão numa gravação de pior qualidade ainda, mas vale saber como a banda foi nascendo dessas experiências inusitadas para época. 

Ainda no perfil da banda, destaco um single com a música Message d’Amour, com o arranjo que aparece no álbum Déjà-Vu, mas com vocal envolvente e que está em francês (très chic).

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C)- Já Ouviu Falar De Amor? de Lucas Mamede (2023) – num álbum lindo de viver e para amar de ouvir, temos uma clareza na melodia e um puro suco de entrega pessoal deste artista, que impacta com seu vocal de quem canta sorrindo. Forte na sustentação e correto na pronúncia de cada uma das palavras, esse álbum chega recheado de uma harmonia orgulhosamente nordestina. Pudera, já que o cantor mencionou em entrevista que todo o álbum foi construído em homenagem ao casal de avós, que nunca se esqueceram de cuidar um do outro e que comemoram o amor de longa duração: “… o bom mesmo é sentir ser especial para alguém…”. Minha faixa preferida é Conto Os Dias, com sua graciosa declaração de bem querer, num transbordamento emocional na maneira de cantar muito própria de Mamede; penso que ele tem uma alma/aura de menestrel. 

O legal desse trabalho de Lucas Mamede, é que ele chega com sua versão áudio no Spotify e também no SoundCloud, mas além disso, tem o primoroso material de 12 vídeos no Youtube, que mostram a integração musical das canções, com cenas do cotidiano simples de interior e cenários do agreste pernambucano, terra de Mamede – uma doçura de ver, ouvir e suspirar de peito aberto. 

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D)- Sara Tavares – minha última dica de hoje servirá como uma homenagem à cantora, guitarrista e compositora talentosíssima. Natural de Lisboa e descendência cabo-verdiana, sua maneira de cantar me faz os ouvidos cativos. Infelizmente ela faleceu no último ano, aos 45 anos, vítima de tumor cerebral. A perda de uma artista tão sofisticada e conectada com o pulsar da música luso-africana, me comoveu e me peguei revisitando sua obra desde então. Ao ouvi-la me vem a sensação de satisfação por ter percebido, lá atrás, essa capacidade de misturar o canto em português e suas raízes de línguas africanas. 

Perdê-la em corpo presente, me levou a mergulhar mais uma vez nessa obra glorificada com sua voz angelical e maternal, seu dedilhar melódico, aliado com sua presença coletiva no mundo da música. Uma pluralidade de parcerias e alianças rítmicas que elevaram minha alegria, cada vez que eu descobria essas fusões de sonoridades que ela “desfilou com sua voz mundial” – e eu aqui no outro hemisfério, venero há tempos essa metamorfose criativa. Ela canta em português, dialetos africanos, francês, inglês e um dueto em polonês (versão para Lisboa Kuya, música da própria Sara Tavares). Justamente essa transição de linguagens que ela costurou em sua carreira, formou um verdadeiro tesouro cultural.

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Me deparei com o segundo álbum da carreira dela, chamado BALANCÊ (2005) em uma viagem à linda e charmosa Lisboa no verão de 2006. Vivendo o cotidiano português, me chama atenção na televisão, uma propaganda de uma entidade bancária (nos moldes de nossa Caixa Econômica Federal), que tinha como trilha sonora a canção Bom Feeling e a participação dela no vídeo. Aquela voz e o sorriso dela me conquistou na hora. Indaguei meu amigo lusitano que me hospedava, que na hora me falou sobre ela e me mostrou o caminho das pedras (loja FNAC em Lisboa). Com CD na mão, converti em MP3 e sai por Portugal tendo esse sotaque de Sara me encantando os ouvidos. 

Infelizmente, esse álbum em específico não está completo no Spotify aqui no Brasil (apenas duas faixas aparecem publicadas). No SounCloud também está em falta para nosso play. No Youtube na página oficial são poucos vídeos e não formam 100% das faixas. Na plataforma Qobuz (outro modelo de stream) também não aparece esse álbum. Através de meu sobrinho que vive em Toronto e que se utiliza Youtube Music, consegui o link para o álbum que para ele abre todas as músicas, mas ao abrir aqui no Brasil apenas a faixa Balancê está disponível (vai entender). Eu que tenho o CD, não passo nervoso e o ouço eventualmente no momento nostálgico.

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Enquanto escrevia esse texto, tratei de montar uma playlist dedicada a reunir tooodoooo o material que consegui, como uma Ode A Sara Tavares – ter peito e espaço – nessa lista no Spotify, agrupei os álbuns e singles oficiais, bem como as participações dela em projetos de outros artistas portugueses, africanos, franceses e uma faixa em polonês (como citei antes). Minha curiosidade, me fez descobrir três cantigas de ninar lindamente interpretadas por sua voz de anjo. Tem rap, fado, pop, alguns remixes para eletrônico, tem lounge, cantigas de ninar, que esclareceram que ela multiplicou seu canto num lindo balaio sonoro.

Mas o meu segundo álbum preferido dela é Fitxadu (2017), que foi nomeado como candidato ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Raízes em Língua Portuguesa. Temos aqui, além da maturidade musical, uma maior relação com suas raízes africanas. Letras emocionais que se deitam sobre uma gama percussiva primorosa. O canto mistura o português lusitano, bem como as influências do canto cabo-verdiano. Destaque para as canções: (intro) Onde de Som, Ginga, Coisas Bunitas, Brincar de Casamento, Ter Peito e Espaço, Fitxandu (dueto com Princezito, cantor de Cabo Verde), Para Sempre Amor e Flutuar (dueto com Paulo Flores, intérprete angolano).  

Destaco as faixas:

Ter Peito e Espaço (remix Branko feat. Plutônio) – escolhi dar esse nome à playlist que criei, pois a letra dessa música nos esclarece como o amor pode ser construído com paciência, carinho e muitos abraços. Nessa versão em dueto, mescla a singela canção de Sara Tavares, com o impacto do rapper português Plutônio, sobre o remix do DJ Branko, também lusitano. Uma transformação na forma da mensagem, que transformou em algo potente. 

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Solta-se o Beijo (dueto com Ala Dos Namorados) – essa foi a primeira vez que ouvi sua voz, sem saber quem ela realmente era, pois meu foco era o grupo português Ala Dos Namorados, que a convidou para essa apresentação ao vivo. Quando eu ouvi ela cantando: “Peço ao gato “xiu” para não me denunciar”, amei o gingado vocal dela. Mas só firmei meu amor por sua obra quando conheci o CD Balancê, como disse.

Oh, Happy Day – vemos a influência da música gospel que traz na maneira de cantar com a força do coração, além de sua maestria em cantar em inglês. Essa faixa está no primeiro álbum dela, onde vemos outras músicas dedicadas Ao Senhor, ora em inglês ora em português, que nos eleva a alma.

Também Sonhar – a música é de Slow J (o J é de João), que também é lisboeta. A música é profunda no canto de Slow J, com Sara Tavares unindo sua voz aberta em luminosidade. Mais uma das facetas que essa artista soube emprestar para criar um resultado que cativa pela unidade construída pelos dois.

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Voodoo Love – essa faixa me conquistou pela ousadia da banda Buraka Som Sistema, que conjugaram Sara Tavares num beat para criar esse kuduro eletrônico hipnotizante. Para nós latinos, faz muito sentido uma mistura tão criativa e emocional – o corpo pede um momento solto no som. Experimenta e sinta o que digo.

#ParaSempreSaraTavares

Vida longa ao som bom (em um bom som).

Até a próxima sexta feira.

Fotos colunistas Leollo Lanzone - 40EMAIS

Leollo Lanzone

Leollo Lanzone é o alter ego de Mauro Galasso, que é de verdade, mas não cabia numa persona só. Tem olhar objetivo e sensível, tem o hábito de montar playlists, adora dançar eletrônico, sabe cozinhar, falar de amizade e tem opinião sobre quaaase tudo.

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1 Comentário

  1. Daniel Galasso2 de março de 2024

    O jeito com o qual você descreve cada música é de fato um belo de um prefácio para cada música ou compositor.

    Tô famoso mãe kkk o/

    Responder

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