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Para esse nosso encontro semanal, iremos explorar um pequeno pedaço da incrível diversidade musical brasileira que mostra uma vasta produção de talentosos artistas. Separei cinco dicas que espero mostrar um olhar mais atento sobre obras que considero valiosas demais para serem deixadas de lado. Tratam-se de produções para curtir sempre com o coração aberto e ouvidos descontraídos.
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Xênia França
Xênia França é uma artista brasileira que mergulha nas raízes da música afro-brasileira para criar sua sonoridade única e envolvente. Dona de uma voz poderosa e versátil, faz cadência com arranjos sofisticados que misturam elementos de jazz, música eletrônica e ritmos tradicionais brasileiros. Essa fluidez musical constitui o álbum de estreia de nome “Xenia” (2017), onde temos uma sofisticada jornada sonora por entre canções ambientadas entre arranjos que privilegiam a percussão, um time de metais (de sopro) afiadíssimo e um piano que visita algumas melodias do álbum. Sua leve aderência de interpretação a esse time de músicos acima da média, mostra seu emocionante talento como cantora, através de canções profundas e pulsantes. Destacam-se as músicas “Pra Que Me Chamas?” e “Miragem” pela sua expressividade e groove contagiante. Mas confesso que conheci Xênia pela faixa “Respeitem Meu Cabelos Brancos” que foi carro chefe desse trabalho irretocável.
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Hip Hop Machine (Léo Gandelman)
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Léo Gandelman é um renomado saxofonista brasileiro, com trabalhos autorais e participações em projetos de outros também renomados artistas da música. Em uma capacidade fora do comum de experimentação, Gandelman teve forte orientação para tornar um instrumento tão clássico como o saxofone, em uma ferramenta que conecta produções das mais variadas origens. Como um exemplo dessa habilidade nata para harmonizar sonoridades, ele lidera o projeto “Hip Hop Machine”, que busca combinar as batidas e discursos que são ponto forte do hip-hop, com o virtuosismo arrojado que forma o jazz. Um verdadeiro contraponto em toda imagem do rigor associado as produções jazzísticas e os instrumentos de orquestra. Nesta grande lista de encontros com diversos artistas, vemos estilos dentro do rap e hip hop brasileiro, associados a esse auxílio luxuoso sonoro, fazendo cada interpretação ser transformada num formato inusitado e atraente em batidas. Nas gravações que iníciaram em 2021, já acumula um acervo que demonstram a habilidade do músico em fundir tradições musicais distintas em uma única experiência auditiva. Uma fusão energética e cativante, onde o saxofone de Gandelman brilha na primeira temporada em meio aos ritmos pulsantes dos rappers Rappin’ Hood, BK, Gabz, Delacruz, B-Negão (um dos meus preferidos nessa sopa), Bacu Exu do Blues, Karol Conká (o último da primeira temporada) e Haikaiss (que é o primeiro da série). A segunda temporada produzida entre 2022 e 2023, reúne os músicos Spvic, Froid, Stefanie, Kamau, Xis, Rincon Sapiência (meu preferido dessa temporada), a dupla YOUN (uma grata surpresa para mim), Luthuly (uma voz impactante), entre outros artistas da cena brazuka.
Priscilla Tossan
Priscilla Tossan é uma cantora brasileira cuja voz doce e autenticidade conquistaram a presença no programa na edição de 2018 do The Voice Brasil, onde esteve no time do mestre Lulu Santos. Com uma interpretação cativante e emocional, ela navega através de uma variedade de gêneros musicais, desde o samba até o pop e tendo suas obras remixadas pelo mais que premiado DJ Memê, por onde abri a porta para a obra de Priscilla Tossan (não a conheci pelo The Voice).
Com uma mistura eclética de estilos musicais que vão do pop ao MPB, o álbum de estreia chamado “Iceberg” (2020) destaca a versatilidade artística de Priscilla, com sua habilidade de contar histórias através de sua musicalidade ricamente brasileira. Como destaque nesse projeto, trago como destaque as canções a seguir:
“Cine Odeon”: Esta faixa cativante transporta os ouvintes para um mundo de nostalgia e romance, evocando imagens cinematográficas e sentimentos de paixão e desejo. A voz suave de Priscilla e os arranjos delicados criam uma atmosfera envolvente que captura a essência da música brasileira contemporânea.
“Libélulas”: Com uma melodia suave e reflexiva, “Libélulas” é uma canção que fala sobre superar obstáculos e encontrar a verdadeira liberdade interior. A voz emotiva de Priscilla transmite uma sensação de vulnerabilidade e força, enquanto os arranjos musicais delicados acrescentam uma profundidade emocional à música.
“Veja Só”: Esta faixa é uma celebração da vida e das pequenas alegrias que ela oferece. Com uma batida contagiante e uma melodia envolvente, “Veja Só” é uma ode à felicidade e ao amor, com a voz radiante de Priscilla iluminando cada verso.
“Disfarça e Chora”: Com uma melodia nostálgica e letras emotivas, “Disfarça e Chora” é uma balada que fala sobre dor e superação. A voz emotiva de Priscilla transmite uma sensação de angústia e resiliência, enquanto os arranjos musicais evocam uma atmosfera de melancolia e esperança.
Roberta Campos
Roberta Campos é uma cantora e compositora brasileira conhecida por suas melodias envolventes, letras reflexivas e sua voz delicada. Seu álbum “O Amor Liberta” (2021) é uma obra que reflete sua sensibilidade artística e sua habilidade de capturar as nuances do amor e das emoções humanas. Com uma mistura de pop, folk e MPB, o álbum destaca a voz suave e emotiva de Roberta, combinada com arranjos delicados e letras poéticas.
Esta obra é um lembrete poderoso do poder redentor do amor e da música na vida das pessoas. Abaixo destaco algumas faixas desse trabalho lindo em som e letras, bem como ricamente carregado de influências de nossa infinita brasilidade.
“Miragem” (participação especial de Natiruts): Esta colaboração entre Roberta Campos e a banda Natiruts resulta em uma canção cativante que combina os estilos distintos dos artistas. “Miragem” é uma música que fala sobre ilusões e realidades, com uma melodia envolvente e uma mensagem profunda sobre a busca pela verdadeira felicidade.
“Começa Tudo Outra Vez” (participação especial de Humberto Gessinger): Nesta faixa, Roberta Campos se une a Humberto Gessinger em uma canção que celebra novos começos e recomeços na vida. Com uma melodia otimista e letras inspiradoras, “Começa Tudo Outra Vez” é uma ode à esperança e à renovação, destacando a química musical entre os dois artistas.
“Pro Mundo Que Virá” (canção de abertura do álbum): Esta música serve como uma introdução emocionante para o álbum, estabelecendo o tom para as reflexões poéticas que se seguem. Com uma melodia suave e letras contemplativas, “Pro Mundo Que Virá” convida os ouvintes a embarcar em uma jornada de autodescoberta e transformação.
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Orquestra Brasileira de Música Jamaicana
A Orquestra Brasileira de Música Jamaicana é uma banda brasileira que se destaca pela sua abordagem única de fusão de ritmos jamaicanos, como o ska e o reggae, com a rica tradição musical brasileira e os metais de uma orquestra clássica dos bailes de São Paulo. Com sua sonoridade vibrante e nos contagia à dançar, a banda formou uma legião de fãs e se estabeleceu na cena musical brasileira. Com seus álbuns “Volume II” e “Maior”, a Orquestra Brasileira de Música Jamaicana demonstra sua habilidade única de unir culturas musicais diversas e criar uma experiência auditiva que é ao mesmo tempo envolvente, emocionante e profundamente brasileira. Esses álbuns são testemunhos da riqueza e diversidade da música brasileira, e continuam a inspirar e encantar ouvintes em todo o mundo.
“Volume II” (2013): Este álbum é uma verdadeira celebração da diversidade musical brasileira, apresentando uma seleção eclética de músicas que combinam os ritmos animados do ska e do reggae com elementos da música brasileira tradicional. Destacam-se as releituras para “País Tropical”, “Trem das Onze”, “Aquarela do Brasil” e “Dancin´Days”, excelentes para dança de salão e que cativam os ouvintes com seus arranjos irresistíveis. Esse álbum solidificou a posição da Orquestra Brasileira de Música Jamaicana como uma das bandas mais inovadoras e emocionantes do cenário musical brasileiro.
“Maior” (2023): Lançado uma década após o álbum “Volume II”, “Maior” é uma obra que marca a evolução e maturidade da banda. Com uma produção mais refinada e uma abordagem musical mais ampla, o álbum apresenta uma fusão ainda mais rica de estilos e influências. Destacam-se faixas como “Pachamama” (um reggae andino), “Maior” (uma fusão solar entre lambada e reggae), “Coisa Delícia” (um meregue arretado) e “Onde é que vou parar” (um ritmo solar caribenho), que exploram novos territórios sonoros e emocionais, enquanto mantêm a energia e autenticidade que são a marca registrada da Orquestra Brasileira de Música Jamaicana.
Cada um desses artistas contribui de maneira única para a cena musical brasileira, enriquecendo-a com sua criatividade, talento e paixão pela música. Suas obras são testemunho da diversidade e riqueza cultural do Brasil, convidando os ouvintes a explorar novas sonoridades e experiências musicais. Vem dar play nesse mundo de possibilidades brazukas.
Vida longa ao som bom (em um bom som).
Até a próxima sexta-feira.
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