Pandemia mostrou importância de se investir em Ciência

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Nos últimos tempos, diante de movimentos anticiência, disseminação de fake news e acúmulo de informações controversas, foi natural crescer a descrença no conhecimento científico. Talvez você mesmo conheça alguém que não acredita em vacinas, no aquecimento global ou defende que a Terra é plana. Sobra criatividade e faltam argumentos…

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Mas, uma boa notícia é que este quadro vem sendo revertido. É o que indica a última pesquisa do State of Science Index (SOSI) ou Índice do Estado da Ciência. Promovida pela empresa 3M e realizada pela Ipsos, a SOSI, há 3 anos, mapeia a percepção da população mundial sobre a produção científica. A mais recente pesquisa entrevistou 25 mil pessoas e, pela primeira vez, se percebeu um aumento na confiança pela Ciência. 

No Brasil, o estudo foi realizado com mais de mil pessoas e a descrença teve uma queda de 42% em 2019 para 33% em 2020. Muito desse resultado é consequência da ampla discussão e atuação da Ciência para responder à pandemia da Covid-19. Foi dentro desse contexto assustador e, pela maioria, inesperado, que a Ciência se apresentou como uma esperança para a humanidade.

O esforço mundial da comunidade científica para conhecer o novo coronavírus, sua ação no nosso organismo, a dinâmica de contágio e as medidas eficientes de proteção e mitigação da disseminação do vírus, além da corrida para encontrar um tratamento eficaz e produzir uma vacina protetiva, trouxeram a Ciência novamente como protagonista, mostrando à sociedade a sua importância na geração de conhecimento e na contribuição do desenvolvimento humano.

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“A palavra ciência nunca foi mencionada tantas vezes. Por mais que já tenhamos tentado chamar atenção que existe ciência em todos os momentos da vida de uma pessoa, desde a comida que ela come, a roupa que veste e os óbvios instrumentos que utiliza em seu trabalho ou lazer, a consciência sobre a importância da ciência não havia sido atingida com tanta intensidade como agora”, diz Lucile Maria Floeter Winter, diretora da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em entrevista ao Observatório do Terceiro Setor.

Essa mobilização mundial pode ser percebida pela quantidade de artigos científicos publicados durante esse período pandêmico. Até mesmo o tempo de publicação de um artigo foi acelerado pela urgência do momento. O acesso a estes artigos também foi democratizado com a suspensão das restrições das revistas a assinantes, para que a circulação das informações fosse mais rápida e eficiente. Além disso, universidades e instituições científicas criaram rapidamente bancos de dados e centros de informação, com dados atualizados continuamente.

Essa distribuição massiva de informações, discussões nas redes sociais, debates nos meios de comunicação com a presença de biólogos, infectologistas e epidemiologistas têm oportunizado um maior aprendizado a respeito do papel da Ciência, assim como incluído a sociedade nessas questões.

E um dos projetos que vem ganhando espaço neste cenário é o Ciência Cidadã. O movimento, que nasceu na década de 90 nos EUA e na Inglaterra, funciona como uma ferramenta inclusiva de pesquisa.

Por meio de sites específicos ou nas redes sociais, a população consegue contribuir com diferentes estudos científicos, sobretudo da fauna e flora locais, através de fotos e vídeos. Assim, apaixonados pela natureza conseguem ajudar na observação e identificação de aves, peixes, corais e flores, por exemplo, ou então no registro de animais silvestres em estradas, contribuindo com estudos de preservação e monitoramento da biodiversidade.

A Ciência Cidadã promove a participação da população na produção do conhecimento científico, que vai além da coleta de dados, aproximando a sociedade à produção científica e influenciando nas políticas públicas e na melhoria da tomada de decisões.

Investir em Ciência Cidadã é contribuir com a construção da cidadania científica e o despertar do pensamento crítico. E um dos grandes desafios da área da ciência é fomentar e universalizar o acesso a uma educação de qualidade em ciência e tecnologia, além de proporcionar uma maior compreensão das possibilidades da carreira científica.

A produção científica, através dos seus métodos e ferramentas, nos abre novas perspectivas e conhecimentos, permitindo analisar o mundo que nos envolve, seus desafios e tudo o que já construímos até aqui, desde o domínio do fogo, da agricultura, a revolução industrial, aproximação entre as pessoas e os países, desenvolvimento da comunicação, a revolução tecnológica, e a surpreendente melhora na expectativa e qualidade de vida.

A Ciência também vem na busca de soluções para os desafios da humanidade, como os problemas que envolvem uma energia sustentável, conservação da água, consumo e desperdício, poluição, sustentabilidade, meio ambiente, saúde e todas as questões que envolvem o desenvolvimento de uma sociedade.

Diante de tantas evidências mundiais, a Ciência e a tecnologia são bases fundamentais para o desenvolvimento econômico e social de um país.

Mas, o protagonismo científico brasileiro enfrenta difíceis desafios e complexas barreiras, como o contínuo corte de verba para o financiamento dos projetos, a falta de infraestrutura nas instituições de ensino e de pesquisa, e a falta de formulação de políticas públicas de fomento ao desenvolvimento científico e tecnológico.

E, apesar de tantas dificuldades, os cientistas e as instituições de pesquisa brasileiros tiveram um papel fundamental nesse momento de pandemia, realizando um belo trabalho de engajamento, apoio, estudo, pesquisa e disseminação de informações baseadas em evidências científicas.

Que esta experiência desafiadora e toda a sua consequência no âmbito da saúde e da economia, atravessando uma crise pandêmica despreparada, sirvam de lição para que nossos governantes enxerguem a importância do papel da Ciência, o aumento do engajamento da sociedade e a urgência em mudanças e revejam seus planos de investimento nos institutos de pesquisa e órgãos de saúde pública.

Porque a Ciência se faz a longo prazo…

 
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Olá, eu sou a Érika Klann, bióloga Geneticista pela UFRJ, professora, com mestrado em Virologia pela Fiocruz-RJ, apaixonada pelo universo da ciência e pesquisa. Hoje, tenho uma empresa de decoração de festas, a Klann Festas e Eventos e estou iniciando um projeto de consultoria às escolas sobre Educação em Saúde. Nesta coluna, espero trazer informação detalhada e simplificada sobre os principais assuntos da ciência. Espero que você goste!

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