Mas sempre há o amanhã. E a ele pertencem as viagens de retorno, tão ou mais marcantes quanto o tanto de alma deixado pra trás nas primeiras vezes.
Almas penadas
Hoje vagamos por aí como almas penadas. Apartados, da natureza somos parasitas, desconhecedores da profundidade do mundo e dele desconhecidos. Mundo que gira em vertigem
Minha casa: dos perigos à quietude
Após uma longa viagem ao redor de mundos sombrios ou nem tanto, mas se há luz, é sempre de braço dado às trevas, melhor é voltar à casa que se tem, à casa que se é.
O azul nos olhos de cada um
Talvez os olhos do cosmonauta Yuri Gagárin (1934-1968) não fossem dele, mas de sua cultura, de sua gente. Muitos anos antes da corrida espacial, o primeiro-ministro britânico em quatro mandatos William Ewart Gladstone (1809-1898) percebeu na obra do poeta grego Homero, da qual era um apaixonado, a total ausência de menção à cor azul.
O espelho partido ou nuvem passageira
“...Cirros pela manhã, nimbos à tarde e cúmulos o dia todo. Um grande meteorologista por aqui as estudaria (a nuvem) e ligaria os pontos incompatíveis entre ciência e arte.
Do rabisco na agenda ao deletar do celular
Se antes, nas agendas telefônicas, riscavam-se a tinta de caneta os nomes já sem sentido ao coração, ou para sempre de corpo ausentes, lastros da memória, hoje a agenda é o celular, não mais risca-se, deleta-se.
As verdades mentirosas do meu amigo Tomé
Dia desses, encontrei por acaso meu amigo Tomé, cuja índole é de homem cético, daquele tipo a quem não basta ver a lesma contorcendo-se no chão, é preciso também tocar a gosma.