É outono! Tenho conversado com o vento. Ele tem gemido nos últimos tempos. Um uivo faminto, de lobo eólico que chega rodopiando as folhas, tirando as telhas das casas e sacudindo as almas em desassossego. É urgente silenciar por dentro...
No fundo da gaveta
NA SEMANA DA MULHER...ABRINDO TODAS AS GAVETAS... Eu procurava minha bandana. Lembro de ter guardado naquela gaveta. Não era original, mas parecia a da Janes Joplin, em Woodstock....
Ela venceu!
As plantas são mais fortes que a gente, de certo. Suas raízes rasteiam. Volteiam. Não desistem. E se embrenham, rompendo o asfalto e furando o concreto.
O silêncio das dunas
Bem no meio das dunas. Das areias sem fim. Não havia norte, sul, leste, oeste. Nem farol. Nem placa dizendo: atenção! Eu era apenas um pontinho na areia da imensidão.
A Mancha das Amoras
As árvores não ficavam por perto. Tínhamos que cruzar...
Sofia, quem diria…
Partiu ziguezagueando pela calçada no meio da madrugada num bate-papo interior e solitário. Alcoólico. Hiperbólico. Melancólico... Na boca, risos, lágrimas e borras de batom. É a Dona Sofia!
Últimas Cerejas
Fiquei constrangida quando servi pela terceira vez os pedaços do Chester do ano novo. Só que agora em forma de suflê... As cerejas também foram servidas. Comi saboreando lentamente, afinal, eram as últimas...
Aquele drink azul
Lembro vagamente a receita... um pouco de soda, gin e Curaçao blue! Na borda, açúcar. Ah, e o limão cortadinho, que não podia faltar! Quando a saudade aperta... a lembrança daquele drink azul começa apertar...
As velhas bolinhas azuis…
Nunca fui de acumular coisas. Guardar papeizinhos, caixinhas, vidrinhos e coisinhas materiais. Pra ser sincera, nem documentos importantes eu guardo. Muitas vezes, eles somem e me atrapalho. Mas com relação às bolinhas de Natal, bate uma coisa, sei lá, sentimental...
Saudade de vocês
O apito longo e doído do velho carrinho do vendedor de paçoca, me fez recordar velhas coisas que já não vejo mais...