A música para voltar no tempo

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Foto: Mário Jorge de Oliveira

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No espaço de uma semana, uma volta de 40 anos no tempo. Para quem viveu, com o frescor da juventude, os anos 1980, foi um deleite ouvir as músicas que embalaram aquela época do desbunde, como diriam os intelectuais de então. O Brasil vivia o final de uma ditadura militar que amordaçou vozes e escritas, intencionada que foi na pasteurização das gerações que cresceram sob a tutela das baionetas. E assim, a banda Ira! e o cantor Willie de Oliveira (ex-Rádio Táxi) se apresentaram na última semana nos palcos de Santos relembrando as canções que fizeram emergir o pop nacional. música

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O curioso é que as músicas ainda soam com verniz de atualidade. O Ira!, com Nasi nos vocais e Edgard Scandurra na guitarra, reposicionam o público com seus hits mais famosos. Deu seu toque político, ao cantar “Que País é Esse?”, da Legião Urbana, com a plateia respondendo à pergunta com indignação “é a p… do Brasil” e “Núcleo Base”, a mais famosa canção do grupo paulistano: “Eu tentei fugir, não queria me alistar… Eu quero lutar, mas não com essa farda”.

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Divulgação

É preciso, mesmo nestes tempos de nervos à flor da pele e sociedade polarizada, manter o tom crítico ao sistema. É nesta dialética que acabamos por expor e debulhar nossas travas em busca de uma sociedade mais equilibrada, onde subjazem humanidade e liberdade. “Núcleo Base”, que fez parte do disco “Mudança de Comportamento”, de 1985, exortava a rebeldia contra um sistema que forçava o direcionamento dos jovens. Não era por medo da luta, ao contrário, mas por aversão àquela luta que lhe era imposta.

Willie, que se apresentou com o santista Medusa Trio, também deleitou o público com as dançáveis – quase ingênuas -, músicas do Rádio Táxi. “Garota Dourada”, “Coisas de Casal” e “Dentro do Coração” reavivaram a nostalgia oitentista de quem, então, só queria curtir um pouco, namorar, pegar uma praia e ir a um daqueles doces bailinhos.

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Mas o próprio Willie relembrou um episódio no qual foi afrontado pela censura. Na música “Dentro do Coração”, há um trecho que deixou os censores de cabelos em pé:

“Por isso põe devagar
Põe devagarinho, que é pra não machucar
Põe bem de mansinho, põe devagar
Põe devagarinho dentro do coração”

A censura da ditadura militar viu malícia na estrofe, que acabou passando, não sem um certo olhar de reprovação. Afinal, era 1982, dois anos e meio antes do fim do regime. A música invadiu rádios, programas de auditório e festas Brasil afora. Pois então não foi absorvida como um ataque aos costumes da “sociedade ideal” preconizada pelos tutores de farda. Neste embalo, as letras iam se soltando e encontraram um público ávido por tiradas do gênero. Um prenúncio de que podíamos respirar com mais liberdade.

Enfim, foi uma semana de revival com poder de teletransporte quando se solta a imaginação. É mais um dos poderosos efeitos que a música produz. Que continue assim, solta, livre e carregadas de simbolismos. Cada um que embale suas emoções da forma que bem entender.   

 
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Mario Jorge

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Mário Jorge de Oliveira é jornalista formado em 1988, pós-graduado em Comunicação e Didática, todos pela Universidade Católica de Santos (UniSantos). Trabalhou por 32 anos e dois meses no jornal A Tribuna, entre 1989 e 2021. Foi repórter, pauteiro, editorialista, subeditor e editor da Primeira Página por 18 anos e sete meses. Palmeirense e fanático por rock’n roll. Atualmente é assessor de imprensa do Sindedif (empregados em edifícios de Santos) e pós-graduando de Relações Internacionais e Diplomacia na Unisinos, de Porto Alegre/RS.

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