Edson Arantes do Nascimento nos deixa; Pelé fica

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Pelé

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Peço licença aos colegas da área esportiva para falar sobre Pelé, o gênio do futebol que nos deixou no apagar das luzes do fatídico ano de 2022. Devo dizer que, quando o Rei do Futebol brilhava em campo, eu ainda era criança e não tinha o esporte como uma preferência. Estaria condenado a confiar na história dos mais velhos e nos causos que contavam e glorificavam as obras de arte deixadas por ele. Não teria sido enganado, diga-se de passagem. Para sorte e privilégio generalizados, os milhares de vídeos que circulam por aí não nos tornaram órfãos de tamanha grandeza. O mundo agradece e reverencia o Atleta do Século, e o Brasil, a rigor, mais ainda. Foi o nosso diplomata maior, o homem que encarnou o soft power brasileiro em sua exata tradução. E projetou o País como nenhum outro ser ou coisa jamais o conseguiu.

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Felizmente, enquanto repórter em A Tribuna, tive a chance de estar lado a lado com o Rei em muitos momentos a partir dos anos 1990. Como é da profissão, quase sempre procuramos evitar as repetições nos textos. Nisso, também, o Atleta do Século nos ajudou bastante. Com referências sempre grandiosas, facilitava citá-lo numa reportagem, num artigo, em qualquer escrito.

Pois bem, o Atleta do Século, Rei do Futebol, gênio, o melhor jogador de todos os tempos ou simplesmente, Pelé. E assim, enquanto repórteres de Esportes, tocávamos a rotina no jornal no momento que o assunto era o Cara. “Pelé está em Guarujá. Tem que ir lá tentar falar com o Rei”. A ordem era essa: ficar de plantão, do lado de fora da majestosa casa no Jardim Acapulco, tocar a campainha, pedir, implorar mesmo, a algum funcionário que nos colocasse em contato com o dono da mansão. Invariavelmente, em meio a negativas e ataques frequentes de mosquitos borrachudos, frustração. Não haveria entrevista, mas matéria, sim. Como não? Afinal, até o silêncio intramuros poderia ser traduzido como uma opção pela tranquilidade de quem não sabia o que era isso quando estava em público.

Mas foi em 1994 que tive a honra de receber o “sim” do Rei a uma pauta: um reencontro entre ele e dona Georgina, a mulher que o acolheu assim como outros garotos que chegavam ao Santos, em meados dos anos 1950, na mesma casa, na Rua Euclides da Cunha, na Pompeia. A matéria foi de página inteira e relatava as conversas que ambos tiveram naquela tarde de novembro.

O melhor ocorreu antes, no caminho entre o escritório do Rei, no Centro de Santos, até a Pompeia – na época, ainda parte do José Menino: Pelé abriu mão de seguir no seu carro, com motorista, e pediu uma “carona” na viatura da reportagem. Aceitamos de pronto, obviamente. Com gravador em punho, não perderia a oportunidade e fiz uma minientrevista ali, no banco de trás. Era ano eleitoral, aliás com o segundo pleito presidencial pós-ditadura militar, e a pergunta rolou mais ou menos desta forma: “Pelé, você tem pretensões de entrar para a política?”. A resposta: “Pela minha história, por tudo que aconteceu na minha vida, o caminho talvez seja esse, o de ser presidente da República”.

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Tinha ali uma preciosidade nas mãos, devidamente registrada no pequeno gravador. A matéria especial, com dona Georgina, saiu no domingo, mas aquela, onde ele falava de uma possível consequência política de sua trajetória, saiu no dia seguinte, uma quinta-feira, se bem me recordo. E com a manchete: “Pelé fala em ser presidente da República”.

A notícia gerou polêmica, dominou noticiários. E o Atleta do Século, diante das especulações em meio ao processo eleitoral já encerrado, com a vitória de Fernando Henrique Cardoso sobre o adversário de então, Luiz Inácio Lula da Silva, negou que teria tais pretensões algum dia. Coisas de Rei. Mas em janeiro do ano seguinte, menos de dois meses depois da entrevista, a política acabou entrando em sua vida: convidado por FHC, foi ministro do Esporte, pasta que dirigiu até 1998. Nesse período, criou a chamada Lei Pelé, que introduziu mudanças no futebol brasileiro e criou garantias aos direitos dos atletas profissionais.

Desse tempo para cá, foram outros encontros, mas nenhum com a simbologia e força daquela tarde de novembro de 1994. Edson Arantes do Nascimento, com seus acertos e erros pela vida, nos deixou. Pelé, o que deu alegrias e prazeres conduzindo uma bola, ah, esse é eterno.

Obrigado, Rei!

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Mario Jorge

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Mário Jorge de Oliveira é jornalista formado em 1988, pós-graduado em Comunicação e Didática, todos pela Universidade Católica de Santos (UniSantos). Trabalhou por 32 anos e dois meses no jornal A Tribuna, entre 1989 e 2021. Foi repórter, pauteiro, editorialista, subeditor e editor da Primeira Página por 18 anos e sete meses. Palmeirense e fanático por rock’n roll. Atualmente é assessor de imprensa do Sindedif (empregados em edifícios de Santos) e pós-graduando de Relações Internacionais e Diplomacia na Unisinos, de Porto Alegre/RS.

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