Meu caro empreendedor, pelo menos em uma ocasião, que eu me lembre, nós já chegamos a conclusão de que, o objetivo da empresa é satisfazer o cliente. O que você pensa, se atende ao seu gosto, enquanto empresário, é irrelevante. Nós estamos no mercado para resolver o problema dos nossos clientes.
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Dito isso, admito que o nosso bate-papo de hoje é um desabafo. Vou omitir nomes, porque, embora tenha pisado (muito) na bola, o profissional em questão é boa gente, e não quero prejudicar o seu trabalho. Esse texto é só uma fica de como não agir com seus parceiros ou clientes.
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Nossa agência é responsável pelo marketing de um evento, aqui em Santos, cujo nome não vou mencionar. Para esse evento, nós contamos com a parceria de um fotógrafo. Para a campanha desse ano, nossa intenção era, primeiramente, fazer algo muito fora do comum. Estrategicamente fazia sentido, pois, na nossa ideia, pelo fato de a primeira edição do evento ter sido um sucesso, a concorrência no segmento viria com tudo, para fazer eventos maiores. Então a gente precisaria criar algo fora do comum, para chamar mais atenção.
Para isso, nós desenhamos uma campanha, que envolvia o mar, a água, e a modelo estaria usando um vestido, desenhado pelo estilista Samuell Almeida, que tinha tudo a ver com o ambiente, remetia mesmo ao mar. Escrevi o briefing, e enviei para este profissional. E a produção seguiu, realizou o ensaio. E quando fui ver o resultado do ensaio e das filmagens: um desastre. Nada do que eu pedi no briefing estava representado no material. Não era nada do que eu pedi. Alerta vermelho na agência. Não daria tempo de fazer outro ensaio. Então, nós tivemos que mudar a narrativa inteira, o tema todo da campanha, para poder usar o material que o profissional nós enviou.
Isso não é o correto. Certo mesmo seria o profissional refazer o trabalho, e respeitar o briefing. Mas, por uma questão logística, e com muita imaginação, conseguimos contornar e repensar a campanha. Mas esse, meu caro empreendedor, não é o fim da história.
Edição do vídeo feita, campanha no ar, vocês acreditam que o profissional teve as manhas, teve a ideia, de ligar aqui e reclamar que nós editamos as fotos que ele tirou, e que o resultado final não o representa como artista? Esse é o tipo de coisa que a gente tem que aguentar! A vontade de mandar para aquele lugar foi grande, mas o profissionalismo SEMPRE tem que ser maior.
Além disso, ele reclamou que as edições ficaram pesadas, e o rosto da modelo ficou escuro. Ora, meu caro. Claro que ficou escuro. Ele nunca mandou o material bruto do ensaio, que pela lógica, pertence a nós, da agência. Ele não manda nem todas as fotos. ELE escolhe qual material ELE quer mandar. E já manda pré-editado. Então, qualquer edição que a gente venha a fazer no material, obrigatoriamente será feita em cima da edição que ele já fez. O que tende a ficar uma boa de uma m….
Então, se você, meu caro profissional l, estiver lendo isso, eu tenho algumas respostas para você:
- Não, o ensaio não tem que te representar como artista. Ele tem que seguir o tema e as intenções estéticas da campanha, que foi planejada com um propósito específico. Que certamente não é ficar do seu gosto.
- A agência precisa ter o material bruto em mãos, porque ela PAGOU pelo material.
- A agência tem todo o direito de editar o material a fim de que ele atenda a proposta da campanha. De outra forma, todo o esforço de produzir a campanha foi feita apenas para alimentar o ego do fotógrafo.
Mas Márcio, e o que este texto ajuda a quem não trabalha no maravilhoso mundo da publicidade?
Ora meu caro. Esse é o início da discussão. Se você é um prestador de serviço lá, você precisa entender que o seu serviço deve estar de acordo com o gosto, a vontade e a necessidade do cliente. E muitas vezes não vai bater com seu gosto estético pessoal. E está tudo bem. Aqui na agência mesmo, volta e meia o cliente troca a vela e suave cor de um site por um laranja berrante e horroroso que não vai dar nem pra ler o texto. Mas eu vou reclamar com o cliente? Não. Vou reclamar aqui, entre nós. Mas o cliente está pagando por esse laranja berrante. Então é problema dele.
No final do dia, a gente sempre tem que lembrar que, nosso trabalho implica em ser útil para o cliente, para que possamos construir parcerias duradouras. Ataques de estrelismo vão apenas nos reduzir a profissionais chatos, que não entregam aquilo que o cliente quer, e no final, vão nos tirar do mercado. Deixe seu gosto pessoal para trabalhos pessoais. E certifique-se sempre de deixar o cliente satisfeito.
Hoje não teremos merchan, pois tudo da agência, do site, as redes sociais, estão fora do ar. Mas esse problema é para ser abordado na semana que vem.
Ps.: estarei substituindo a colunista Carmem Mosteiro até que ela se recupere e possa voltar a escrever aqui no portal. Certamente eu não escrevo tão bem quanto ela, mas eu sou o que tem pra hoje. Desejamos a ela pronta recuperação. Então, nesse meio tempo, vocês terão Marcinho semanalmente. Até a próxima quarta, sempre às nove da noite.
Márcio Cabral é cineasta, designer gráfico, publicitário e empresário. É diretor executivo na IAP Propaganda, e um dos sócios fundadores do 40EMAIS.
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