A varíola dos macacos chegou ao Brasil em junho e, no dia 11 desse mês, já tínhamos 219 casos confirmados.
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Mas que doença é esta que tem chamado atenção?
A varíola dos macacos é uma zoonose (ou seja, transmitida aos seres humanos a partir de animais) causada por um vírus Monkeypox, pertencente ao gênero Orthopoxvirus e à família Poxviridae, a mesma família do vírus da varíola e do vírus Vaccínia (usados na fabricação da vacina contra varíola).
A varíola dos macacos foi identificada pela primeira vez, em um laboratório dinamarquês, em um macaco, em 1958; por isso, a origem do nome. A primeira infecção confirmada em ser humano ocorreu em 1970, em uma criança na República Democrática do Congo, na África.
Existem 2 cepas geneticamente distintas do vírus da varíola dos macacos: a cepa da Bacia do Congo (África Central) e a cepa da África Ocidental, aparentemente menos agressiva.
Embora a varíola tenha sido erradicada em 1980, a varíola dos macacos continua ocorrendo em países da África Central e Ocidental, tornando-se uma doença endêmica. No entanto, em maio deste ano, vários casos foram registrados em países onde normalmente não há relatos da doença. Hoje, temos mais de 50 países com casos confirmados.[ls_content_block id=”12227″]
Vamos conhecer um pouco mais sobre ela.
A transmissão do vírus Monkeypox ocorre, tradicionalmente, por contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais, lesões na pele ou mucosas de animais infectados. Mas pode também ocorrer transmissão secundária que é aquela de pessoa a pessoa, através do contato direto com secreções ou gotículas respiratórias, lesões na pele ou fluidos corporais de uma pessoa infectada, ou ainda pelo contato com superfícies ou objetos recentemente contaminados, como roupas de cama, por exemplo. Também ocorre transmissão da mãe para o bebê através da placenta, ou durante ou após o parto pelo contato. Não há evidência de que o vírus seja transmitido por via sexual.
Os sintomas da varíola dos macacos são muito semelhantes aos observados em pacientes com varíola, porém com quadros menos graves. Os principais sintomas são: febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios, cansaço profundo e erupções na pele. Normalmente, de 1 a 3 dias após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve as lesões cutâneas, que costumam começar no rosto e depois se espalham pelo corpo.
Os casos suspeitos são confirmados através de exames laboratoriais de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) em tempo real e/ou sequenciamento genético.
O período de incubação do monkeypox, ou seja, o tempo que leva da infecção até o surgimento dos primeiros sintomas, é de 6 a 13 dias. Mas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse período pode variar de 5 a 21 dias. E os sintomas podem durar de 2 a 4 semanas.
Não há tratamento específico para a varíola dos macacos e os sintomas costumam desaparecer espontaneamente. Os cuidados são para aliviar os sintomas e prevenir sequelas em longo prazo. Em janeiro deste ano, um antiviral desenvolvido para tratar a varíola foi aprovado, mas ainda não está amplamente disponível.
O controle da doença depende muito da conscientização da população e do conhecimento da comunidade médica, para que possamos prevenir a infecção e interromper a cadeia de transmissão. Ao apresentar os sintomas da doença, procure imediatamente uma unidade de saúde da sua cidade.
A prevenção é feita evitando-se o contato próximo com pessoas infectadas ou com materiais contaminados. Para cuidar da pessoa doente, mesmo em casa, deve-se utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas e máscara.
O paciente com suspeita de varíola dos macacos deve ficar em isolamento, em espaço com boa ventilação natural. Deve também lavar as mãos várias vezes ao dia usando, preferencialmente, toalhas de papel descartável para secá-las. É importante não compartilhar alimentos e objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos, toalhas ou roupas de cama. Estes itens só podem ser reutilizados após higienização.
Talvez você esteja perguntando sobre a vacina. Não existe uma vacina para a varíola do macaco, mas a OMS afirmou que a vacina para a varíola humana mostrou ser 85% eficaz para prevenir a doença. No entanto, a população com menos de 50 anos pode ser mais susceptível, uma vez que as campanhas de vacinação foram interrompidas mundialmente quando a doença foi erradicada, em 1980.
A OMS recomendou, em 14 de junho deste ano, a vacina contra a varíola humana em grupos mais vulneráveis, como profissionais da saúde em contato com pacientes contaminados ou que realizam exames de diagnóstico, profissionais de laboratório que trabalham com ortopoxvírus e outros especialistas que possam estar em risco de acordo com as autoridades nacionais de saúde pública.
A entidade também recomenda a vacinação em pessoas que tiveram contato com casos confirmados da doença, como profilaxia pós-exposição (PEP).
Diante do aumento de casos da varíola dos macacos pelo mundo, a empresa dinamarquesa Bavarian Nordic, único laboratório no mundo atualmente a fabricar uma vacina licenciada contra a varíola, viu a demanda de pedidos aumentar subitamente, mas confirma que pode atender à demanda global.
Sei que estamos ainda sensíveis ao que vivemos na pandemia pela Covid-19, mas a OMS não vê riscos para uma situação semelhante, embora reconheça que, pela primeira vez, o vírus aparece simultaneamente em tantos países.
Por enquanto, fiquemos de olho ao menor sinal da doença.
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