Buenossss.
Então, é Paulo César Pinheiro pra cá, Paulo César de Faria pra lá, por que não falar de Paulo César dos Santos Luz? E o assunto ainda sendo ‘irmãos que a vida me deu’? Pois é, amigo de quase cinquenta anos, imagina o que não passamos juntos. Até hoje. O Paulo sabe tudo de mim e eu sei tudo dele. Somos nossos terapeutas. Rararará.
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Ontem mesmo, no ‘desigual’, entre um número quase incontável de cervejas e cachaças, falamos de incontáveis assuntos. Aí, a gente volta pra casa mais leve, mais preparado para as próximas cacetadas da vida. E bêbados, claro.
Conheci o Paulo através de um cara chamado Valdir Troncoso das Neves, que era meu vizinho de muro e foi o meu primeiro amigo na vida – então, posso dizer seguramente que o Paulo é o meu segundo amigo, juntamente com o Douglas Albino Bueno, que morava a algumas casas da minha, ali na gloriosa Avenida Doutor Pedro Lessa. A Pedro Lessa era dividida em dois lados, um asfaltado e outro de terra, com valas. Adivinha em qual lado eu morava. E dá-lhe vermes. Rararará.
No meio da avenida, o trilho do bonde. Ah, é, um detalhe interessante: o Paulo mora até hoje na mesma casa onde nasceu, há sessenta e dois anos atrás, na esquina das ruas João de Barros e Liberdade. Rua Liberdade, aliás, onde nasci, no número 364.
Bueno, mas o papo aqui é música, cazzo, vamos falar de música.
Juntamo-nos, lá pelos idos de 1977/78, eu, o Paulo, o Valdir, o Douglas, os irmãos Walter Soares Júnior e Mário Sérgio Soares e mais um outro amigo-irmão, Milton Matheus Júnior, e fundamos o grupo ‘Copos & Bocas’ – o nome era uma corruptela de um disco da Gal Costa, ‘Caras & Bocas’ – e saímos a compor canções, freneticamente, bastante assunto tínhamos, grazie a Dio.
Fizemos nossa primeira apresentação em 1980, no auditório do gloriosíssimo Sindicato dos Metalúrgicos de Santos, com canções próprias, para um público bem significativo. E fizemos diversas outras tantas em teatros, bares, escolas, faculdades, rádios, tv (programa ‘A Fábrica do Som’ – Cultura), enfim, foi um tempo bom, até eu me desligar da banda, em 1983.
Mas há uma apresentação que vale a história, não que as outras não valham, mas essa foi muito louca. Auditório do Parque Anilinas, Cubatão/SP, lotadaço, era esperado um show de calouros. Por alguma falha de comunicação, creio eu, pautaram a gente para apresentar o nosso show, totalmente autoral e com partes cênicas, inclusive. Cara, fomos vaiados do começo – quando o público percebeu que não havia calouro nenhum – até o final do show. Surreal. Um recorde. Vaias do início ao fim. E o mais louco: não atiraram nada no palco, não foram embora, só vaiaram, vaiaram, vaiaram, vaiaram, que a gente não conseguia ouvir os próprios instrumentos. Mas não posso dizer que os cubatenses não tenham sido educados, não? Rararará.
Ai, ai. Mas, voltando ao Sindicato dos Metalúrgicos, lembro que foi a única vez em que meu pai Joaquim (eeêe) assistiu a uma apresentação musical minha. Porque ele ficou na portaria do evento, recebendo os ingressos. Ele e minha mãe não iam, nem que a vaca tossisse, ver o filho doido cantar e tocar violão ou contrabaixo em lugar algum. Aliás, minha mãe, a dona Otília, quando eu ía sair, sentadinha no sofá da sala, perguntava: ‘Luiz Cláudio, vai trabalhar ou vai tocar?’. Eu respondia: ‘Pô, mãe, vou tocar, mas é trabalho, também’, no que ela retrucava imediatamente: ‘Não, não, ou vai trabalhar ou vai tocar’.
O Paulo César, o dos Santos Luz, fez uma canção com essa frase.
Inté a próxima, besos em todes
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Curioso o tempo, quando o Luiz menciona os tantos anos de amizade e convivência, é que me dou conta da passagem das eras. Desde o Copos e Bocas, acompanhando também a carreira artística do Negron. Foi no apto dele que, por volta do final dos 90, ouvi as gravações dos sambas(dele e do Jair de Santos Freitas) que seriam incluídos no Sambas da Ilha , CD da Cavalo de Praia Produções. E tem mais itens que presenciei. O que reparo é que alguns estranham tão aproximação, pois só agora ficaram sabendo que nós conhecemos antes do período Jornal do Brasil/ Torto. Só posso agradecer do fundo do coração a menção, o artigo referente aos “Paulos Césares”. Ah, e a música que cita ao final, é Ou,Ou, Rock and Roll:”vai trabalhar, ou vai tocar, ainda nessa de artista? Sempre o discurso de alguém, que sonhos não tem”.
Paulo Cézhar Luz 11/09/2021
Sempre seguindo as crônicas sobre a vida musical de Luiz Cláudio e seus amigos. Conhecendo um pouco da trajetória da música de Santos. Narração objetiva e encantada.
Amei o artigo e faz jus à belíssima história dessa amizade e da música em Santos. Meus queridos meninos. bjsjsjsj