Amigos, a humildade acaba aqui. Desde ontem o Fluminense é o campeão da cidade. (…) E foi também o grande dia do Estádio Mário Filho. A massa “pó-de-arroz” teve o sentimento do triunfo. Aconteceu, então, o seguinte: — vivos e mortos subiram as rampas. Os vivos saíram de suas casas e os mortos de suas tumbas.
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O trecho que abre esta coluna é de uma crônica de Nelson Rodrigues, publicada no jornal O Globo em 1969, quando o Flu venceu o título estadual diante do Flamengo. Vivo fosse, certamente, ele adaptaria suas apaixonadas linhas – ou criaria novas, tão belas quanto – para celebrar o título da Libertadores, conquistado neste sábado (4), contra o Boca Juniors.
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Foi uma tarde/noite memorável para os tricolores, e também para quem gosta de futebol. Ver os comandados de Fernando Diniz brigando por cada bola contra um tinhoso Boca, que lutava pela sétima Copa. O Flu, a primeira, ainda machucado pela derrota nos pênaltis em 2008. Mas tinha que acontecer. E tinha que ser no Maracanã.
Graças ao homem de um toque só e gol. Germán Cano é eficiência pura. “Cansou” de homenagear os filhos Lorenzo e Lionela, com um gesto de L adotado pela torcida. A Marcelo, o filho pródigo que conquistou a Europa, mas queria, mesmo a América. O veterano Fábio no gol, tão imprescindível quanto Keno e John Kennedy. Ou o maestro Ganso e o pitbull Felipe Mello. E Fernando Diniz.
Jogar bem virou obrigação. Ganhar, uma consequência. O Dinizismo, que chegou à Seleção, agora tem um troféu para referendá-lo. Ainda bem. E a massa tricolor, aquela abençoada por João de Deus, o papa João Paulo ll, pôde comemorar a sua Libertadores.
Termino, uma vez mais, evocando Nelson Rodrigues, com outro trecho de sua crônica. Pois quem espera, sempre alcança, como diz o hino…
Mas, dizia eu no começo que a nossa humildade para aqui. Passamos toda a jornada com um passarinho em cada ombro e as duras e feias sandálias nos pés. Mas o Fluminense é o campeão. Erguendo-me das cinzas da humildade, anuncio: — “Vamos tratar do bi”.
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