Buenossss.
Meu coração é estranho. Nunca se entende com minha cabeça, por mais que isso seja comum. Ele acelera quando é pra ir mais devagar e quase para quando preciso correr. Não me atende e eu tento, nem sempre com sucesso, não atendê-lo.
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Não me compreende do mesmo jeito que eu não o compreendo. Acho que ele não gosta de mim. E quer saber? Acho que também não gosto dele.
Como certa vez num churrasco, quando a pessoa ofereceu-me um espetinho de corações: ‘Não, obrigado, eu não gosto nem do meu coração, como posso gostar do do frango?’
Como diria Caetano Veloso em sua canção ‘Peter Gast‘: ‘Sou um homem comum, qualquer um’. Mas meu coração, esse não. Esse é diferente, é louco, doido de pedra, me põe nas mais doidas situações, porque tem um danado dum espírito de ave e sai voando e voa, voa, voa, voa como se não houvesse amanhã e que se dane o Luiz. E aterrissa feito os albatrozes e me deixa todo ralado. Fácil não. E ainda por cima tenho de cuidar dele quando volta pro chão. Na verdade, ele voaria para todo o sempre, mas ‘sometimes’ cansa.
E às vezes penso que ele vai parar de bater e encerrar, definitivamente, minha participação nessa ‘grande comédia que é a vida’, como diria o meu camarada Sálvio Queiroz.
Por isso irei ao cardiologista. Para que ele cuide, pelo menos, da parte mecânica. Porque o restante deu p. t. Já era.
Sonho com o dia em que esse maluco vai ficar tranquilo, sem sobressaltos, sem querer saltar boca afora. Mas não vai rolar. Doce ilusão.
‘Coração bobo, coração bola,
Coração balão, coração São João,
A gente se ilude dizendo:
‘Já não há mais coração’.
‘É que meu coração de homem
Voa alto
Como um pássaro’.
‘Ai, coração alado,
‘Desfolharei meus olhos neste escuro véu
(Não acredito mais no fogo ingênuo da paixão),
São tantas ilusões perdidas na lembrança,
Nessa estrada, só quem pode me seguir sou eu,
Sou eu, sou eu, sou eu’.
‘Bate, bate, bate, coração
Dentro desse velho peito,
Você já ‘tá acostumado
A ser maltratado, a não ter direitos’.
‘Como pôde, coração,
Pregar mais essa peça em mim?
Coração estúpido
Prefere então ficar vazio
E me deixar assim, sozinho,
Sem lua, sem amor’.
Essa última escrevi no início dos anos dois mil. As outras, vocês já conhecem.
Inté.
Besos a todo(a)s.
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Maravilha, Luiz!!! “O coração, se pudesse pensar, pararia” Fernando Pessoa. Beijo.
Você esqueceu de um detalhe, a sua alma. Mas, coração de poeta é mais acelerado que seu cérebro. Nunca desista de amar e de escrever. Bela crônica.
<3