Porque amamos Fórmula 1


Fórmula 1

No momento em que escrevo este texto, estou em absoluto êxtase. Há poucos minutos, acompanhei, de pé, o desfecho de uma das melhores temporadas de todos os tempos da Fórmula 1. O holandês Max Verstappen conseguiu seu primeiro título, superando o inglês heptacampeão Lewis Hamilton. Tudo decidido na última volta, num duelo “mano a mano” entre os dois principais pilotos da atualidade. E por que amamos isso se há 30 anos não temos um brasileiro no topo da categoria máxima do automobilismo?

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Simples. Porque o esporte é mais que vitórias. É a construção de histórias, dentro e fora das pistas. A série Drive to Survive, da Netflix, ajudou a humanizar as disputas entre pilotos e equipes, dando cara a posturas, sentimentos, intenções e desafios. Mobilizou gerações mais novas de fãs. Apenas um piloto ganha cada prova, apenas um fica com o título. Mas, até que isso se defina, a velocidade nos mobiliza. Nos impacta. Torcemos como por nossos times de futebol. 

E olha que o brasileiro tem fama de só gostar de esporte em que brasileiros tenham chance de vencer. Foi assim com o tênis, com o vôlei, o handebol feminino é atualmente com o surfe, a ginástica e o skate.

fórmula 1

Não temos uma cultura poliesportiva, essa é a verdade.  Mas nos acostumamos, nos últimos 50 anos, com esse “autorama humano”, uma roleta russa de emoções e habilidades no limite. E amamos isso. 

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Ouvi muito que a Fórmula 1 acabou após a morte de Ayrton Senna, em 1994. Que o brasileiro não gosta mais de corrida. Acho que não é bem assim. Tivemos ótimos pilotos depois disso – infelizmente, nenhum deles campeão – mas quem gosta de esporte, e não só de vitórias, viu a história acontecer. Michael Schumacher, Fernando Alonso, Sebastian Vettel, Hamilton e, agora, Verstappen. Quem gosta, gosta de verdade. Felizmente somos muitos. Vida longa ao holandês voador, que misturou laranja com energético na combinação campeã.

Fotos colunistas Anderson Firmino - 40EMAIS

Anderson Firmino

Anderson Firmino é jornalista formado em 2001 pela Universidade Católica de Santos (UniSantos). Trabalhou no jornal A Tribuna entre 2006 e 2018.

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