Uma balança de precisão não mede o tamanho de uma paixão: dos brasileiros por figurinhas. Mas tem sido usava para subverter uma figura histórica; a expectativa ao abrir um pacotinho. As chamadas figurinhas extras do álbum da Copa do Mundo do Catar têm movimentado colecionadores com preços até surreais, e também a utilização de artifícios para descobrí-las. Valem o quanto pesam?
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Não. No meu ver, essa corrida desenfreada, que faz um único cromo valer R$ 9 mil na internet, como revelou matéria escrita por mim para o g1, desvirtua uma atividade até lúdica, que une famílias em torno de coleções, mantendo uma tradição de décadas.
É bem verdade que sempre existiu a figura da “figurinha carimbada”, aquelas bem raras e que moviam estratégias para obtê-las. De comprar em bancas diferentes a monitorar amigos que, eventualmente, possam tê-la. Trocar 50 repetidas por uma? Sim, por que não? É regulação de mercado. Mas não envolve – ou não envolvia- dinheiro.
Conheci vendedores de figurinhas ali no Gonzaga. Conversei com eles e entendi a importância daquele tipo de negócio nas vidas deles. Gente que abandona outros afazeres por três, quatro meses, numa oportunidade de fazer algum dinheiro. Investem milhares de reais para isso. E têm sido interpelados por conta dessas figurinhas Legends. Mas não vendem, tratam como “ativo”, aguardando o momento “de alta” do mercado.
Mas o brasileiro é criativo – até demais. Levou as balanças de precisão para aferir o peso dos pacotinhos- que, se têm um grama a mais que o normal, sugerem a presença dos cromos extras. Pronto. A loucura atingiu seu auge.
Gostoso mesmo, a bem da verdade, é colecionar aos poucos, não como uma tarefa a ser resolvida em tempo recorde. O câmbio de figurinhas estreita amizades, aproxima famílias. Faz gastar, mas é bom demais. Tem pra troca? Mas só pelo que elas valem, e não pelo que pesam.
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