4 filmes pra entender o caso de racismo no supermercado em SP


racismo

A professora Francisca Silvana da Silva entrou no supermercado e se dirigiu à geladeira com bandejas de carnes. Ela estava com uma cestinha de compras vazia, uma sacola e sua bolsa. Depois de um tempo, segurando uma bandeja na mão, devolveu o produto para a mesma geladeira, desistindo da compra, e se dirigiu à saída do supermercado. Porém, foi impedida pelo segurança de sair do local, acusada de sair sem pagar pela carne. O motivo: a cor da sua pele.

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O episódio aconteceu no dia 7 de agosto, no Supermercado Hortimais, Zona Sul de São Paulo, e veio à tona nesta quinta-feira (19/8), quando a professora levou as imagens das câmeras de segurança do local à delegacia, para a denúncia que ela apresentou contra o estabelecimento.

As cenas me causaram revolta e devem nos fazer lembrar do racismo nosso de todo dia, uma triste realidade que tem sido cada vez mais denunciada. Assim como Francisca, formada em Pedagogia e com duas especializações, eu também já entrei em mercados e lojas, pesquisei, e sai de mão abanando. Porém, nunca fui impedida de deixar o local, sob alguma suspeita, pelo simples fato da minha pele não ser negra.

Sempre que vejo relatos de racismo, me lembro de filmes, novelas e séries cujo tema nos faz refletir e, principalmente, não normalizar nenhuma situação discriminatória. Racismo é crime e quem cala, ao se deparar com uma situação dessas, contribui para perpetuarmos a desigualdade entre os seres humanos.

Por isso, minhas dicas de filmes hoje não são de títulos pra rir, mas pra gente nunca esquecer que essa luta é de todos, é diária, é difícil e, cada vez mais, é necessária. Confira:

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Selma – Uma Luta Pela Igualdade

O pastor e ativista político Martin Luther King, Jr (David Oyelowo), bem antes do célebre discurso “I have a dream”, é o personagem foco desse filme, que narra as históricas marchas organizadas por ele e por manifestantes pacifistas, em 1965, entre a cidade de Selma, no interior do Alabama, até a capital do estado, Montgomery. A manifestação tinha como tema a luta pelo direito do voto aos negros. As cenas dos confrontos entre manifestantes e polícia são impactantes, baseadas em fatos reais.

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Hopper Stone/Hopper Stone, SMPSP – © TM & © 2016 Twentieth Century Fox Film Corporation. All Rights Reserved.

Estrelas além do tempo

Eu sei, já falei sobre esse filme aqui. E não me canso de indicá-lo. Dentre tantos temas, o racismo também está lá, ainda que no pano de fundo. Mas ganha destaque com a atuação majestosa de Taraji P. Henson, que interpreta a matemática Katherine Johnson, única negra na equipe do Centro de Pesquisas Langley da NASA. Pra ir ao banheiro das “pessoas de cor” ela precisava caminhar um percurso enorme, debaixo de sol ou de chuva, e sempre de salto. A questão vem à tona durante uma de suas idas ao banheiro, quando, na volta, questionam o longo período ausente. O coordenador do centro resolve tudo a marretadas: derruba a placa que identificava o banheiro dos brancos. 

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Photo by Andrew Cooper, SMPSP – © 2012 – The Weinstein Company

Django Livre

Não sei como demorei tanto pra ver esse filme. E vi há poucos dias, já querendo rever. Eu adoro tudo o que Quentin Tarantino faz, sou fã mesmo. E não foi diferente com Django Livre, que  mostra a história de Django (Jamie Foxx), um ex-escravo que se alia ao caçador de recompensas Schultz (Christoph Waltz) para capturar os irmãos Brittle. Missão cumprida, a dupla segue o rumo em novos desafios, sendo o principal deles resgatar a esposa de Django, Broomhilda (Kerry Washington), que é mantida escrava em Candyland, pelo magnata Calvin Candie (Leonardo DiCaprio). Mostra um outro ponto de vista, de escravos contra libertos e tem cenas com o DNA de Tarantino!

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© MGM

Mississippi em Chamas

Filme antigo, de 1988, que aborda o desaparecimento de um grupo de ativistas dos direitos civis. Rupert Anderson (Gene Hackman) e Alan Ward (Willem Dafoe) são dois agentes do FBI que investigam a morte de três militantes dos direitos civis, mas as autoridades locais não se envolvem nas investigações, por razões claramente racistas. A segregação divide a população em brancos e negros e a violência contra os negros é constante. Forte e necessário para não esquecermos desse triste passado.

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Fabiana Honorato

Jornalista formada há 23 anos. Vou compartilhar a minha paixão por séries, filmes, documentários, programas culturais e outras dicas para você curtir na tela ou fora dela.

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