Eu não sou muito presa a celebrar certas situações apenas nas datas comerciais, que foram definidas para impulsionar as vendas. E também porque aprendi com meu pai, desde pequena, que não há dia certo pra manifestar carinho, reconhecimento ou mesmo fazer algo especial por quem você ama.
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Por essas razões, eu não passo o ano todo esperando o dia disso ou daquilo para comprar um presente ou surpreender as pessoas, como no Dia dos Pais. É claro que o Claudio, meu pai, adora ganhar perfume, creme facial (ele se cuida melhor do que eu), uma bela camisa (que vai para a coleção que ele faz desde sempre, rsrsrs) ou um bom vinho. Mas se isso não acontecer no Dia dos Pais, a gente sabe que tem o ano todo para essa e outras manifestações de carinho, amor e respeito entre pais e filhas (eu tenho uma irmã, a Heloiza).
Quando a gente era criança, nem sempre ele tinha pique, depois de uma semana de trabalho puxado, pra dar um rolê com as filhas no final de semana. Mas, de repente, numa terça-feira, ele avisava: hoje, ninguém vai para a escola! E íamos os três, eu, ele e Helô, para a praia brincar no parquinho, mergulhar e tomar sorvete na Sorveteria Guarujá.
Na volta, caminhando pelo Canal 5, sempre que caía aquela refrescante chuva de verão, ele cantava: Deixa chover ô ô ô / Deixa a chuva molhar / Dentro do peito tem um fogo ardendo / Que nunca vai se apagar. Um clássico de Guilherme Arantes que me leva, imediatamente, para essas tardes de pai e filhas, num tempo em que o próprio tempo parecia correr mais devagar. Ai, como era bom!
E, assim, crescemos valorizando os momentos possíveis, sem hora marcada, sem pompa ou circunstância. Como ganhar um livro que ele trazia quando voltava do trabalho, pra gente ler nas férias; ou o dinheirinho que ele dava no final de semana, pra gente fazer um lanche na Cidade Junina (sou da época que essa festa tradicional em Santos rolava na praia do Gonzaga!) ou comprar alguma bobeirinha na feirinha hippie do Sesc.
A gente também se acostumou a transformar dias comuns em dias de festa preparando pequenos agrados que ele gosta até hoje e que, na época, eram tão simples quanto especiais: castanha de caju, cervejinha pra relaxar no sábado, bolo quentinho, camisa social passada (minha mãe até me subornava pra eu passar, pois ela não gostava de passar roupa e eu, amava!), muita jujuba e doce de leite com amendoim.
Depois, vieram os genros e logo aprenderam como agradar o sogrão, com a mesma dobradinha: respeito e gostosura na mesa! Era só cumprir o horário para deixar a respectiva namorada em casa, não abusar da boa vontade dele (que, aliás, no começo foi bem econômica com os genros!) e o resto era o resto.
De lá prá cá, vieram muitos presentes, em datas comemorativas, também, mas os principais não cabem em uma embalagem: os quatro netos que ele ganhou! E, até hoje, os netos sabem como agradar o vô Claudio sem dia certo e com pequenos gestos – assim como sabiam fazer a vovó Maria Helena suspirar.
Sim, aproveitei o gancho do Dia dos Pais, neste domingo (8/8), para falar sobre como pode ser bom também não se prender a datas para agradecer, presentear e demonstrar que você reconhece a importância do seu pai na sua vida.
O meu, também me ensinou que “o combinado não sai caro”, que se a gente não tem o que fazer é “cabeça vazia, oficina do diabo”, que não adianta se arrumar toda se “por fora bela viola, por dentro, pão bolorento” e que “Deus ajuda quem cedo madruga”!
Feliz Dia dos Pais, das mães fazem as vezes dos pais, dos avôs que são pais, dos casais de dois pais e de todos que são o porto seguro para os seus filhos!
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Que linda homenagem!!! Como é bom termos boas lembranças da infância e tantos momentos marcantes guardados e revividos ao longo da vida! Me emocionei com seu relato e TB revivi momentos meus. Gratidão!!!🙏🌹😊🥰😘✨