Participei recentemente do debate Vila Belmiro – Baú de Histórias e Criações Literárias, realizado no auditório do Museu Pelé e parte integrante do evento Leia Santos, organizado pela Secretaria de Cultura da Cidade. Junto comigo estavam os jornalistas e amigos Paulo Rogério, Gisa Macia e Diego Bertozzi – este último foi o mediador do bate-papo. E é justamente a partir de Gisa que falo de um grande homenageado: Pepe, pai dela e eterno Canhão da Vila.
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Não é à toa que ele é um dos grandes ídolos da história do Santos. Dentro de campo, Pepe ajudou a proporcionar muitas festas com a equipe mágica do Santos nos anos 50 e 60 nos 750 jogos que disputou entre 1954 e 1969, quando se despediu na sua tão querida Vila Belmiro, em 1969.
É o segundo maior artilheiro da história do clube, com 405 gols. Ou o primeiro porque Pelé, com 1091, veio de Saturno e não conta, como o próprio Canhão da Vila sempre brinca. Nos seus caderninhos, surrados pelo tempo, mas ainda assim bem conservados, constam as lembranças de uma carreira de glórias: campeão paulista, brasileiro, da Libertadores e Mundial, só para resumir. E todos em mais de uma ocasião.
O bom humor, por sinal, é a marca de Pepe. Até hoje não há quem resista às histórias tão bem contadas e cheias de detalhes, que até viraram livro (Bombas de Alegria), além da biografia escrita pela própria Gisa (Clô, Alexandre e Rafael são os outros filhos). E não podemos esquecer da esposa Lélia, com quem é casado há mais de cinco décadas.
Por todas essas razões, Pepe sempre foi um prato cheio para os jornalistas. E me incluo nisso com muito orgulho. Falei com o Canhão da Vila muitas vezes, seja pessoalmente ou por telefone. Matéria histórica sobre aqueles anos dourados para ser feita? Pepe é a fonte. Pela sua memória, amabilidade e justamente esse senso de humor.
“Já falei com você sobre esse assunto, né…”, chegou a dizer Pepe, rindo, certa vez para mim ao telefone. O tema realmente não me recordo. Outra situação engraçada aconteceu em outra ligação minha. Quando fiz a pergunta – agora me foge qual foi, mas acho que aconteceu nos tempos em que Muricy Ramalho era o técnico do Santos -, ele parou e respondeu: “Você pode me dar cinco minutinhos pra dar uma pensada? É que estava fazendo palavras cruzadas aqui…”
O chute forte, a velocidade e os cabelos se perderam com o tempo, mas a sua visão de jogo foi fundamental para a carreira de treinador. Foi campeão paulista pelo próprio Santos em 1973, ainda com o Rei em campo, brasileiro pelo São Paulo de 1986 (no dia de seu aniversário de 52 anos, já em 1987) e estadual pela Internacional de Limeira em 1986, na primeira façanha de um clube do Interior no Paulistão.
Ainda que também aposentado da carreira de treinador, Pepe segue assistindo futebol 24 horas por dia. Não importa a divisão. O que importa mesmo é que ele seja reverenciado para sempre.
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