Eram três pontinhos pretos. No chão de porcelana da sala. Demorei alguns segundos para perceber que eram filhotes. Minúsculos filhotes de corruíra. Ou curruíra, tanto faz… Desajeitados. Miúdos. Completamente reféns. Os móveis pesados por todos os lados davam a exata dimensão daquela fragilidade viva. O que faziam na minha sala? Podiam ter morrido tragicamente. Num triste acaso. Pisoteados.
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Catei os bichinhos, um a um, na palma da mão. Sentindo o pulsar pequeno e gigante de emoção. E sempre tem um que é mais esperto. Dá um baile. Tenta fugir…- Vem aqui, vem, danado. Enfim, consegui! Caíram do ninho. Redondinho. Construído no meio do meu bambu mossô. Ninho na varanda. No terceiro andar. Prédio de apartamento. Caíram mesmo? Ou saíram para um passeio? Tinham que voltar. Tanta ousadia, mamãe corruíra não iria gostar…
Lembrei da vontade que tive, um dia, de criar pássaros em casa… Ganhei dois canários. Depois mais dois. Comprava ninho. Comida. Pedra de cálcio. Barrinha de gergelim. Tudo que pudesse ajudar. Depois juntava o casal e teimava em cercar. Queria ver de perto, o fantástico e mágico procriar. Mas nem por milagre! Nunca. Nenhum ovo conseguiu vingar…
Há anos não tenho pássaros presos na gaiola. Cresci o suficiente para não prender mais nada. Nem ninguém. Deus decide o que é pra nascer. E essa agora! Três bebês corruíras entrando e saindo da minha sala. Lindos e atrevidos. Destemidos. Vieram sem perguntar. Vivem no meu lar!
Aproveito cada momento. Em breve não irão mais voltar, Não importa. Aprendi o jeito maior de amar. Ter por perto. Deixando livre… para voar!
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Oi, Inês! Tudo bem?
Ontem meus gatos me trouxeram 2 filhotes de curruíra que viviam num ninho próximo ao meu portão.
Consegui salvá-los a tempo.
Tentei devolvê-los ao ninho…
Tentei soltá-los mais longe da minha casa…
E agora eles estão presos comigo, porque os gatos pegaram eles todas as vezes que soltei.
Não sabem voar ainda.
Como criou os filhotes?
Estou pensando em criá-los, mas nunca tive pássaros presos.
Mas soltos, sinto que não têm chances ainda.