Viajar no Natal


Natal
Renato Soares – MTUR

Na véspera de Natal normalmente o que queremos é estar ao lado das pessoas que amamos para a grande reunião de família, a árvore de Natal, a criançada rasgando papel de presente e experimentando os brinquedos novos no chão da sala.  

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Os passeios geralmente são para ver a chegada do Papai Noel em shoppings e se tiver programação nas cidades como é costume vamos todos juntos, ver a decoração, cantatas, parada de Natal e tudo isso é uma delícia realmente e temos que aproveitar tudo porque vai ficar para sempre em nossa memória como algo muito especial!

São momentos como esse que nos fazem acreditar em dias melhores, que nos dão ânimo para seguir em frente!

Nesses quase dois anos de pandemia o setor de viagens e turismo sofreu muitas perdas, empresas foram fechadas e algumas ainda tentam se recuperar. Tivemos que nos adaptar aos muitos protocolos, vacinação, seguros-viagens específicos, documentação, testes, são muitas coisas para conseguir viajar, e se for viagens internacionais é muito mais complicado.

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Foram muitas novidades e mudanças e no turismo não é diferente. Ouvimos falar em viagem de proximidade que são aquelas para locais próximos de onde moramos, que dá para ir de carro, até mesmo conhecer nosso bairro, parques, cidades vizinhas, olhando por esse lado, tivemos ganhos, pois na maioria das vezes não conhecemos os arredores de nossa cidade.

Ouvimos falar também em criar experiências memoráveis, que nos levam a proporcionar atividades interativas, acolher mais os visitantes, cuidar mais dos atrativos e isso são fatores muito importantes e todos saímos ganhando com cidades mais bem cuidadas, pessoas mais felizes e conscientes.

Outra preocupação é com o meio ambiente, pois nos conscientizamos de que devemos cuidar bem para termos sempre. Aprendemos a ter mais empatia para com as pessoas e com os lugares.

Se vamos continuar com esses cuidados todos não dá para afirmar, mas vamos torcer para que sim.

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Renato Soares – MTUR

Mas para independente de onde vamos passar o Natal dá para aproveitar e conhecer um lugar delicioso o ano todo mais nessa época é especial.

Que tal um passeio em Gramado?

A vocação turística de Gramado e sua posição de destaque entre os destinos de inverno brasileiros são inegáveis. O clima e o relevo da Serra Gaúcha, unidos a uma gastronomia vigorosa com influência da imigração europeia, são impulsionados há anos por investimento em estrutura hoteleira, atrações e novidades a cada temporada. A cidade fica movimentada o ano todo, mas é no inverno e, acredite, no verão (durante o evento Natal Luz) que Gramado floresce – e lota.

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Renato Soares – MTUR

Na paisagem, casas no estilo alpino contrastam com museus temáticos e atrações como o parque de neve artificial Snowland, primeiro do gênero das Américas; enquanto pousadas românticas dividem espaço com hotéis maiores, ideais para famílias com crianças.

Pertinho, a menos de 10 km, canela tem parques ecológicos, esportes radicais e é o ponto de partida da caminhos de Caravaggio, rota de peregrinação com 200 quilômetros que liga a cidade ao município de Farroupilha, passando por Gramado, Nova Petrópolis e Caxias do Sul. Inspirada no Caminho de Santiago de Compostela, prova que a Serra Gaúcha ainda é capaz de surpreender.

Melhor época para visitar Gramado:

Entre junho e julho, alta temporada, existe a chance de ver geada e até neve em Gramado. Em agosto, a cidade recebe o Festival de Cinema de Gramado, maior evento do gênero do Brasil e que reúne cineastas, diretores, atores e jornalistas para a exibição e premiação de filmes. Nesses meses, é preciso reservar hospedagem com muita antecedência (e o valor das diárias sobe bastante) – o mesmo vale para o período que vai do fim de outubro até janeiro, quando ocorre o Natal Luz. Criado em 1986, o principal evento do calendário local chega a atrair mais de 1 milhão e meio de pessoas com luzes, shows, desfiles e apresentações teatrais (gratuitos ou pagos). Se quiser economizar e pegar a cidade menos lotada, vá entre fevereiro e maio e entre setembro e outubro

Como chegar a Gramado:

Os aeroportos mais próximos são o Aeroporto Regional Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul (a 66 km), e o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (a 115 km). Dessas cidades é possível alugar um carro. A partir da capital gaúcha, o caminho mais comum é pela BR-116, saindo da via depois de Novo Hamburgo para pegar a RS-239 e, em Taquara, seguir pela RS-115. Do Aeroporto Salgado Filho e da Rodoviária de Porto Alegre saem ônibus da empresa Citral – o percurso leva cerca de duas horas. Da Rodoviária de Caxias, há cinco saídas diárias operadas pela mesma empresa (e uma extra, às sextas). É recomendável comprar a passagem online com antecedência, principalmente em feriados e na alta temporada.

Como circular em Gramado:

Para quem está com veículo próprio, valem alguns avisos: na alta temporada, o trânsito e a dificuldade de estacionar podem ser dignos de metrópole. Não há semáforos e o tráfego é ordenado pelas rótulas (rotatórias), localizadas ao longo das avenidas Borges de Medeiros e das Hortênsias, e pelo respeito à faixa de pedestres – que deveria ser regra em qualquer cidade.

Ainda existe a possibilidade de usar Uber, táxi e ônibus circular – a linha 6152 faz o trecho entre as rodoviárias de Gramado e Canela percorrendo vários pontos turísticos. Uma alternativa conveniente é o Bus Tour, ônibus de dois andares tipo hop-on hop-off (quando o turista paga um valor fixo por um período e pode embarcar e descer em diferentes paradas). São quase 40 pontos entre as duas cidades, cobrindo praticamente todas as atrações.

O que fazer em Gramado:

Cartões-postais:

Clássico de Gramado, o Lago Negro é margeado por árvores trazidas da Floresta Negra, na Alemanha – daí o nome. No inverno, a tonalidade sisuda é colorida por azaleias, enquanto, no verão, hortênsias pontuam o cenário. Os pedalinhos são os preferidos de casais e crianças, mas mesmo sem embarcar neles uma caminhada no entorno pode ser bastante agradável. Em frente está o Parque Alemanha Encantada, que reproduz uma vila medieval inspirada nos contos dos irmãos Grimm – a torre da Rapunzel é um bom mirante para o lago.

Com menos de 100m de comprimento, a Rua Coberta é uma galeria protegida por um telhado de vidro adornado por plantas. Ali estão bares, cafés, bistrôs e lojas de malha – onde se concentra o burburinho da cidade, sobretudo à noite e nos dias de chuva. Pertinho, a Casa da Velha Bruxa é um dos pontos mais tradicionais da cidade para provar chocolate quente (da marca local Prawer), mas também há crepes, sorvetes e sanduíches.

Compras:

Chocolates Gramado: conta com mais de 20 fabricantes e cerca de 40 pontos de venda. As mais famosas são a Lugano e Florybal.

Móveis: A cidade é um polo de produção e venda de móveis, com vários fabricantes na Avenida das Hortênsias, na saída para Canela e pontos de outlet. Engana-se quem pensa que as peças têm apenas estilo rústico, com cara de casa de fazenda; Gramado também é referência nacional em mobiliário contemporâneo. Entre os fabricantes estão a Lustro, a Masotti e a Sierra.

Produtos coloniais: Ao lado da rodoviária, a Casa do Colono reúne produtos das colônias italianas e alemãs espalhadas pela cidade, entre geleias, biscoitos, cucas, pães, mel, vinhos, queijos e embutidos. Às quartas e de sexta a domingo, os colonos assam pães e cucas no fogão a lenha (dá para comprar os quitutes na hora, ainda quentinhos). Há trinta edições, a Festa da Colônia celebra a cultura dessas comunidades e homenageia os imigrantes que colonizaram a região no Expo Gramado. Há desfiles, apresentações folclóricas, exposições e venda de produtos típicos. Normalmente, o evento ocorre entre março e abril.

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Peças decorativas e semijóias de cristal:  Desde 2002, a fábrica Cristais de Gramado produz objetos de decoração, como vasos e lustres, peças utilitárias e semijoias com a mesma técnica usada na ilha de Murano, na Itália – apresentações mostram como os objetos são feitos. A loja despacha encomendas para todo o país e oferece traslado gratuito a partir de alguns pontos em Gramado.

Relógios-cuco e objetos de decoração importados da Europa: Fundada em 1989, a loja Kukos importa relógios-cuco feitos a mão da Alemanha. Há também réplicas, mais baratas, e outros objetos, como caixinhas de música e imagens sacras, de Papai Noel e de Coelho da Páscoa.

Cosméticos à base de lavanda: O Le Jardin Parque de Lavanda vende óleos, águas, sachês e travesseiros que levam a essência da planta, indicada para tratamentos de insônia e ansiedade. O jardim da propriedade é uma atração à parte: há amplo gramado com árvores frutíferas e, no mês de novembro, lavandas

Museus:

Gramado e a vizinha Canela reúnem museus curiosos, com temática inusitada para destinos de serra, como a Idade Média, os Beatles, o ferro de passar e o Egito. Nessa toada, não poderia faltar um Museu de Cera: o Dreamland é o primeiro do gênero na América Latina (existe desde 2009), com esculturas próximas à perfeição e outras bem menos fiéis às personalidades que retratam – entre elas estão Albert Einstein, Barack Obama, Beyoncé e a Rainha Elizabeth II. No subsolo está o Gramado Motor Show, com um acervo de mais vinte motos Harley-Davidson restauradas, como um modelo idêntico ao do filme Sem Destino (1969) e uma Night Road, projetada em parceria com a Porsche. O local também funciona como bar e restaurante. No Holliwood Dream Cars, o glamour da Hollywood da década de 1950 e seus icônicos Cadillacs é retratada em possantes bem-conservados, como um Ford Victoria conversível de 1956, único no Brasil. O Super Carros reúne esportivos como uma Ferrari F360, um Lamborghini Gallardo, um Porsche Cayman e um Camaro SS – é possível pilotá-los, andar na carona e usar um simulador (tudo pago à parte; o valor depende do modelo e do tempo de passeio). Dica: as atrações Museu de Cera Dreamland, Gramado Motor Show, Hollywood Dream Cars, Super Carros, Vale dos Dinossauros (parque com réplicas que se movimentam e reproduzem sons, em Canela) e Selfie Gramado, inaugurada no fim de 2020 com cenários instagramáveis e coloridos, pertencem ao mesmo grupo e podem ser visitadas com um passaporte único.

O Museu medieval – Castelo Saint George é fruto do sonho do professor de história Gilberto Guzenski, apaixonado pela Idade Média. O acervo, organizado na réplica de um castelo da época, reúne espadas importadas, facas de fabricação própria e reproduções de armas brancas usadas em filmes como O Senhor dos Anéis – também há venda de peças. Outra paixão de Gilberto são os brasões de família, reproduzidos e vendidos aqui (há mais de 1 milhão de sobrenomes cadastrados).

Parques temáticos:

Primeiro parque de neve indoor das Américas (funciona desde 2013), o Snowland abrange uma área coberta de gelo com 8 mil metros quadrados que simula uma estação de esqui e snowboard – inclusive na temperatura, abaixo de zero em alguns ambientes. Há playground para as crianças, escorregadores de gelo, pista de patinação e brincadeiras como o tubing (você desce uma rampa em um tipo de boia redonda). A programação inclui apresentações com patinadores profissionais (é possível ter aulas particulares). Quase ao lado do Snowland está o Acquamotion primeiro parque aquático indoor com águas termais da América do Sul e que foi inaugurado em junho de 2021. O Snowland e o Acquamotion, e vizinho Wyndham Gramado Termas Resort & Spa fazem parte do mesmo grupo empresarial, a Gramado Parks, e estão a 7 quilômetros do centro de Gramado. Outra novidade é o Na Pista – Music ‘n Roll, rinque de patinação que abriu as portas em julho de 2021 se autointitulando o maior do Rio Grande do Sul.

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O Mini Mundo, por sua vez, é uma das atrações mais longevas de Gramado. Trata-se de um parque em miniatura com mais de 200 obras e 2500 “habitantes”. Entre as réplicas, há monumentos brasileiros, como a Igreja São Francisco de Assis, em Ouro Preto (MG), e o Museu do Ipiranga, na capital paulista, e no exterior, como o Castelo de Neuschwanstein, na Alemanha (e que inspirou Walt Disney para criar o castelo da Cinderela).

Formado apenas por representantes da fauna brasileira, o Gramadozoo reúne animais como onça-pintada, tamanduá-bandeira e jacaré-de-papo-amarelo – não há grades de ferro, apenas vidros blindados em alguns espaços. No viveiro, tucanos, papagaios e araras sobrevoam os visitantes. Na mesma área (o ingresso é válido para as duas atrações) está o Parque Gaúcho, onde monitores em trajes típicos explicam as tradições do estado e mostram objetos relacionados à cultura gaúcha. Na Cidade dos Gaúchos, que reproduz uma vila do século 18, visitantes aprendem a preparar o chimarrão e assistem a apresentações de doma de cavalos.

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Imersão na colônia:

Os Roteiros de Agroturismo abarcam passeios que percorrem a zona rural e contam a história da colonização da Serra Gaúcha. São seis roteiros, em dias e horários pré-definidos, que duram cerca de quatro horas. O Raízes Coloniais, por exemplo, visita uma casa centenária e uma produção de erva-mate; o Tour no Vale percorre o Vale do Quilombo e casas de colonos italianos e alemães – é possível terminar o passeio com café colonial.

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Algumas vinícolas de Gramado são abertas à visitação: a Ravanello oferece um tour de duas horas que termina com a degustação de quatro vinhos e um espumante com porção de queijos. Menores e familiares, a Vinícola Stopassola e a Casa Seganfredo também promovem visitas ao parreiral com degustação. Em todas é preciso agendar.

Esticada: templo budista Khadro Ling:

No município de Três Coroas, a 31 km de Gramado, o Centro Budista Chagdud Gonpa Brasil (Templo Khadro Ling) é um dos raros exemplares de templo budista tibetano no Brasil. A visita começa com um vídeo explicativo sobre os preceitos da crença, o estilo arquitetônico e a decoração vinda do Nepal, segue para o templo principal e para uma loja de artigos sobre o budismo, como imagens e livros (ligue antes para confirmar se todas as atrações estão disponíveis). A localização, no alto da colina, proporciona uma linda vista da região. O local está fechado por tempo indeterminado por causa da pandemia (no Instagram há informações atualizadas).

Com uma excelente rede hoteleira não é difícil encontrar hospedagens para todos os gostos e bolsos e a gastronomia deliciosa e riquíssima com opções variadas que com certeza agrada a todos.

Sugestão de roteiro:

Em três dias é possível percorrer as principais atrações de Gramado e esticar até a vizinha Canela, com atrações mais próximas à natureza. Na chegada, rume para a Rua Coberta, point de compras de comidinhas, e sinta a vibe de destino badalado de montanha. A sugestão de almoço são os italianos Galeto Di Paolo, Nonno Mio, especializados em rodízio de galeto, ou a Cantina Pastasciutta com massas de fabricação própria e mesas de antepastos.

No fim de tarde, uma boa é passear de pedalinho ou caminhar às margens do Lago Negro e, então, jantar em uma das casas de fondue.

No dia seguinte, a programação pode incluir atrações como o Snowland, o Mini Mundo e o Gramadozoo. Um só passaporte dá direito à entrada no Museu de Cera Dreamland, Gramado Motor Show, Hollywood Dream Cars, Super Carros e Selfie Gramado.

Vale para quem gosta de automóveis raros e de luxo. Para uma refeição especial, faça uma reserva no Wood, com menu que privilegia ingredientes sazonais e da região. Com crianças, um jantar divertido pode encerrar o dia na Hector Pizzaria Temática.

No último dia, escolha um dos Roteiros de Agroturismo (e não deixe de passar na Casa do Colono, que reúne produtores de quitutes da região) ou siga para Canela, onde estão atrações como a Cascata do Caracol e a Catedral de Pedra.

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Como a Região Sul é toda incrível a minha sugestão é para conhecer aos poucos, saboreando cada cantinho.

Um Feliz Natal a todos e até semana que vem 😊

Selma Cabral

Fonte: https://viagemeturismo.abril.com.br/cidades/gramado-2/

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Selma Cabral

Selma Cabral- Diretora e Consultora de Turismo e Eventos na Empresa Turismo & Ideias e Colunista e Mentora para Negócios no portal 40emais.

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