Como estamos quase no Carnaval e a expectativa é grande, fui conhecer um pouco da história do Carnaval de Santos que é considerado um dos mais tradicionais do Estado de São Paulo.
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Em Santos temos um site onde podemos conhecer toda a história da cidade, pesquisar fotos, tudo muito certinho, e cheio de curiosidades e foi lá que encontrei um pouco da história do carnaval de Santos com muita riqueza de detalhes. Vou deixar o link disponível no final da matéria porque tem muita coisa bonita que todos merecem conhecer.
E depois dessa história também vou deixar a programação do Carnaval desse ano, com uma novidade bem legal.
SANTOS E CARNAVAL, UMA LONGA HISTÓRIA DE CUMPLICIDADE
Quando a Escola de Samba Grande Rio entrou na Marquês de Sapucaí, no início da madrugada do dia 8 de fevereiro de 2016, Santos registrou mais uma importante marca na sua trajetória carnavalesca, que completaria 158 anos seis dias depois.
A Folia de Momo possui uma relação de cumplicidade com os santistas desde os remotos tempos do Império. Santos, por exemplo, é a única cidade brasileira que pode se gabar de saber, com exatidão, o dia em que aconteceu o seu primeiro baile carnavalesco, num festivo 14 de fevereiro de 1858, data em que foi criada a Sociedade Carnavalesca Santista, que pôs fim às festividades violentas do entrudo (espécie de comemoração de influência lusitana ocorrida nos três dias que antecediam o período de Quaresma). A partir daquele ano, a população santista passou a comemorar o Carnaval de forma mais civilizada, através de bailes de máscaras e um festejo conhecido como CONGRESSO.
As ruas de Santos, nos períodos carnavalescos, se apinhavam de gente que participavam dos desfiles. Muitos deles traziam críticas à sociedade e à política. Um exemplo claro disso aconteceu no Congresso realizado em 1884 pelo “Grupo dos Meteoros”, sociedade carnavalesca formada por foliões da Rua 25 de Março (atual XV de Novembro). Na época, o assunto mais discutido na Câmara Municipal, assim como nos botequins e ruas da cidade, era a lotação esgotada do Cemitério do Paquetá, o que obrigava a Intendência (Prefeitura da época) a buscar soluções para a criação de um novo espaço para sepultamentos. Espirituosos, os “Meteoros” resolveram pinicar as autoridades saindo fantasiados, em seu Congresso, de esqueletos. No carro de abertura do desfile, um cartaz dizia: Para onde vamos?
Os grupos, blocos e bandas dominaram os carnavais santistas. Centenas deles existiram ao longo dos tempos, deixando marcas importantes e servindo de nascedouro para eventos como a famosa patuscada “Dona Dorotéia, Vamos Furar Aquela Onda? “, criada em 1923 e que se tornou um ícone da Folia de Momo na cidade de Santos.
Por falar em Momo, os santistas tiveram o privilégio de testemunhar o reinado mais longo de um soberano carnavalesco, de Waldemar Esteves da Cunha, que empunhou cetro e coroa por quatro décadas.
Sua primeira ascensão aconteceu em 1950 e a última em 2000. Outra curiosidade neste quesito foi o fato de Santos ter sediado por duas vezes, nos anos 1960, um “Congresso Nacional de Reis Momos”. O encontro de “peso” chamou a atenção do país inteiro.
Por conta desta relação de amor ao Carnaval, as marcas de Waldemar, os congressos, os desfiles das bandas, a festa da Dona Dorotéia e a folia que imperava nos bailes promovidos pelos clubes da cidade, Santos era conhecida nacionalmente por ostentar o segundo Carnaval mais animado do Brasil, ficando atrás somente do Rio de Janeiro.
Diante de tanta dedicação, Santos era uma das raras cidades do país a possuir imprensa especializada na Folia de Momo. Figuras importantes, como Rosinha Mastrângelo, Lydia Federici, J. Muniz Junior, Olao Rodrigues, Bandeira Júnior, e tantos outros se tornaram referência jornalística do assunto.
São tantas as memórias de Carnaval, que as contar em uma só página é tarefa difícil, tanto quanto conhecer um santista que não se orgulhe dessa bela história.
Descontração da Corte de 1961: a Rainha Mause Prée e o Chanceler Bandeira Júnior paparicam o eterno Rei Momo, Waldemar Esteves da Cunha
Clube dos Girondinos. Esta é uma rara foto de uma agremiação de Carnaval da época dos Congressos. Nota-se que entre os distintos membros há foliões mais desinibidos.
A patuscada Dona Dorotéia, Vamos Furar Aquela Onda? se tornou no maior acontecimento do Carnaval Santista
Olho Rodrigues (de gravata borboleta) e Bandeira Júnior (à direita, de turbante), dos jornalistas especializados em Carnaval.
Um grupo carnavalesco ao lado de um carro para corso.
Cartaz da Primeira Convenção Nacional de Reis Momos
Cena da folia nos clubes
Baile de Carnaval no Vasco da Gama, anos 1960.
Fonte: http://memoriasantista.com.br/?p=1446
Programação 2023:
A expectativa para o Carnaval desse ano é enorme, depois de dois anos sem desfiles, e sem poder comemorar como sempre com bandas, bloquinhos de rua e os grandes bailes de carnaval, é compreensível a ansiedade desse ano em ser e fazer o melhor carnaval dos últimos tempos.
E em todos os lugares podemos sentir a empolgação das pessoas, das escolas, das prefeituras na organização e a preocupação com a segurança de todos.
Em Santos não é diferente, além de ser uma cidade turística, que comtempla muita história, e praias também teremos o carnaval dos carnavais e a prefeitura escolheu o Centro Histórico para ser o palco da folia com o Carnabonde e o Carnacentro e vai contar com apresentação de nada menos que 21 bandas, com seis apresentações por dia nas ruas do Centro com intervalos de uma hora e meia cada e mais uma banda convidada.
Carnacentro: dias 19/20 e 21 – terá a presença de 18 bandas. Algumas bandas virão de SP e Rio de Janeiro. Sempre das 12h às 19h30.
Carnabonde: No sábado de Carnaval dia 18 das 12h às 19h. Como sabemos o Carnabonde é superfamília e tem mais de 20 anos, sempre tem um homenageado e esse ano será o Clube Sírio Libanês, com sede no Gonzaga e era um dos tradicionais redutos dos bailes. Com o mesmo formato dos anos anteriores, o local será cercado e no meio da tarde o Bonde passeia pelas ruas do Centro e volta para a Praça Mauá. E terá uma banda convidada.
O Desfile das Escolas de Samba 2023, na Passarela do Samba Dráuzio da Cruz (Av. Afonso Schmidt, s/nº, Castelo), em Santos. As apresentações ocorrem nesta sexta (10) e sábado (11), reunindo 16 agremiações em disputa pelos títulos do Grupo Especial e de Acesso.
O primeiro dia dos desfiles será aberto às 20h pelas escolas do Grupo de Acesso, na seguinte ordem: Dragões do Castelo, Unidos da Zona Noroeste, Bandeirantes do Saboó e Vila Mathias. Na mesma noite, mas pelo Grupo Especial, desfilam: Brasil, Amazonense, X-9 e Mãos Entrelaçadas.
Na noite seguinte, as primeiras escolas a entrar na passarela também serão as do Grupo de Acesso, em sequência: Padre Paulo, Império da Vila e Imperatriz Alvinegra. Mais cinco escolas do Especial fecham o desfile: Sangue Jovem, Unidos dos Morros, Real Mocidade, Independência e União Imperial.
Curiosidades:
- Com a cidade sendo homenageada no Carnaval carioca. o carnaval santista passou a ser antes do carnaval oficial, semelhante ao Carnaval de Vitória, a fim de não coincidir com os grandes carnavais.
- Dráuzio da Cruz que dá nome a Passarela do Samba foi um dos fundadores da tradicional Escola de Samba Império do Samba e foi um dos grandes sambistas da cidade de Santos?
Espero que gostem e aproveitem bastante os dias de folia e claro com muita responsabilidade….
Uma ótima semana a todos!
Grande abraço 😊
Selma Cabral- Diretora e Consultora de Turismo e Eventos na Empresa Turismo & Ideias e Colunista e Mentora para novos Negócios no portal 40emais.
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